quarta-feira, junho 14, 2006

Astérix e os Normandos


A adaptação do livro René Goscinny et Albert Uderzo "Astérix e os Normandos" ao cinema parece-se com uma versão em banda desenhada dos “Morangos com açúcar”. Aos destemidos normandos junta-se agora a jovem Abba, a filha do chefe Àchapadaf, que irá protagonizar com o jovem Atrevidex, o par romântico que os produtores devem achar necessário para levar as adolescentes a ver o filme.
Eu continuo a preferir o livro, sem a engraçada Abba, e sem o mago e seu filho que procuravam usurpar o poder pelo casamento com a filha do chefe, assente num contrato cujos termos foram falsificados.
Continuo a achar que o livro trata com humor a procura do sentimento do medo por quem o provoca aos outros sem inibições, é um bom princípio de solidariedade. E pelo livro ficamos a saber que os gauleses, mas sobretudo os romanos, devem ter ficado profundamente agradecidos ao bardo Cacofonix que, com a suas formidáveis canções, lhes ensinou finalmente o que era ter medo, “facto” que terá ajudado em muito a que os Vikings se tivessem mantido afastados e só tivessem voltado a ter vontade de invadir e saquear a Europa central e do sul cinco séculos depois desta sua ventura por terras gaulesas em 50 aC. O tempo que levou a estabelecer, ampliar e terminar com um império. Ao mesmo tempo que terminava uma forma de vida: a do mundo antigo.

O filme é agradável de ver e a dobragem está muito bem feita.

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