“Onde estão os militares quando precisamos deles?” que é outra forma de dizer, onde estão aqueles que têm legitimidade para dar as ordens que assegurem o rápido restabelecimento da segurança quando precisamos deles?
O filme, sóbrio e escorreito, é uma bela homenagem às últimas e trágicas horas dos passageiros do único avião, de entre os quatro que foram desviados para missões suicidas, que não embateu contra o alvo civil que os sequestradores tinham determinado. Mas o respeito pela vida daqueles estranhos, e o grau de profunda comoção que podemos procurar partilhar em sua honra e memória, não deixa de nos obrigar a pensar sobre o que terá falhado nas estruturas de resposta de defesa e vigilância da nação americana, quanto à sua velocidade e à qualidade, quando confrontada com uma acção de violência com este tipo de contornos.
Com o desastre natural provocado pelo furacão Katrina de há um ano apetece perguntar a mesma coisa. Onde estão as estruturas políticas e de segurança habilitadas para responder a estes fenómenos?
Fica-nos o sabor amargo de outras vítimas, em outras latitudes, não terem homenagens tão fortemente discretas e sentidas quanto esta conduzida por Paul Greengrass.
Aquele plano sobre Nova Iorque é belíssimo, como se de repente um anjo de Wim Wenders se tivesse escapado até ali, e lhe sentissemos mesmo o sopro, voando à procura de alguém a quem consolar, abraçando-a. Devaneio.
terça-feira, agosto 29, 2006
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1 comentário:
Tive exactamente a mesma opinião quando vi o filme.
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