Pierre-Emmanuel Moog, Les clubs de réflexion et d`influence, 2006/2007, Paris, L`Expansion, 2006.
Um livro prático que apresenta uma lista dos “Think-tank” franceses, com os contactos e identificação, ao mesmo tempo que delineia em traços breves a sua história. Com este guia ficamos a saber a quantidade e as características destes “clubes de reflexão”, nomeadamente o tipo de financiamento que os mantém, os temas sobre os quais reflectem, as suas publicações, a organização que escolhem para se estruturarem e as condições em que aceitam os seus membros.
O autor aceita a definição de “Think-tank”, expressão original de uma realidade americana, como sendo a que descreve a existência de um “centro de pesquisa independente que produz um tipo de trabalho de investigação com o intuito de modificar a política”. Centros que se querem financeiramente independentes quer da universidade quer dos governos, com estruturas não lucrativas, que tomam por objecto de investigação o estudo de políticas públicas, tendo como membros pessoas independentes em relação aos poderes públicos e com formações multidisciplinares.
Nos Estados Unidos há grupos que funcionam com um orçamento suficiente para lhes permitir contratar pesquisadores que trabalham exclusivamente em investigação, em França há apenas um pequeno grupo de instituições que consegue ter um corpo próprio de investigadores de forma permanente.
Estes grupos de reflexão e influência manifestam-se com estruturas e formas bem diferentes entre si, sendo no entanto que todos visam influenciar os decisores políticos. O impacto desta influência é dificilmente mensurável, porém é registado como um sinal de sucesso da capacidade de influir, o facto da imprensa fazer eco do seu comunicado, notificando e premiando assim a difusão pretendida. Ainda que haja outros grupos franceses que tenham dito que “preferem que um relatório de duas páginas chegue a um ministro a que um artigo vir a ser publicado num determinado jornal”.
Um livro prático que apresenta uma lista dos “Think-tank” franceses, com os contactos e identificação, ao mesmo tempo que delineia em traços breves a sua história. Com este guia ficamos a saber a quantidade e as características destes “clubes de reflexão”, nomeadamente o tipo de financiamento que os mantém, os temas sobre os quais reflectem, as suas publicações, a organização que escolhem para se estruturarem e as condições em que aceitam os seus membros.
O autor aceita a definição de “Think-tank”, expressão original de uma realidade americana, como sendo a que descreve a existência de um “centro de pesquisa independente que produz um tipo de trabalho de investigação com o intuito de modificar a política”. Centros que se querem financeiramente independentes quer da universidade quer dos governos, com estruturas não lucrativas, que tomam por objecto de investigação o estudo de políticas públicas, tendo como membros pessoas independentes em relação aos poderes públicos e com formações multidisciplinares.
Nos Estados Unidos há grupos que funcionam com um orçamento suficiente para lhes permitir contratar pesquisadores que trabalham exclusivamente em investigação, em França há apenas um pequeno grupo de instituições que consegue ter um corpo próprio de investigadores de forma permanente.
Estes grupos de reflexão e influência manifestam-se com estruturas e formas bem diferentes entre si, sendo no entanto que todos visam influenciar os decisores políticos. O impacto desta influência é dificilmente mensurável, porém é registado como um sinal de sucesso da capacidade de influir, o facto da imprensa fazer eco do seu comunicado, notificando e premiando assim a difusão pretendida. Ainda que haja outros grupos franceses que tenham dito que “preferem que um relatório de duas páginas chegue a um ministro a que um artigo vir a ser publicado num determinado jornal”.
Como refere o autor, estes grupos não têm um poder real e muitas das vezes não têm constituintes reais, eles reunem-se tendo como ideia elaborar recomendações contextuais e não a de produzirem um saber teórico.
Mas…, interroga-se Moog, “porque há tantos relatórios , notas de reflexão e tão poucas alterações?” (p.55).
Às questões de Moog terão que se acrescentar as de Helena Garrido que, no seu artigo de sexta--feira passada, se interogava por que razão os indivíduos presentes na organização e constituição do grupo “Compromisso Portugal”, por exemplo, não começam por alterar as práticas que apontam como necessárias a serem modificadas pelo governo, no seu próprio círculo de influência e competência profissional. A ler.
Às questões de Moog terão que se acrescentar as de Helena Garrido que, no seu artigo de sexta--feira passada, se interogava por que razão os indivíduos presentes na organização e constituição do grupo “Compromisso Portugal”, por exemplo, não começam por alterar as práticas que apontam como necessárias a serem modificadas pelo governo, no seu próprio círculo de influência e competência profissional. A ler.
Em Portugal não temos nenhum "grupo de reflexão e influência" com um corpo de investigadores próprio e que se dedique integralmente à reflexão sobre as políticas públicas. Não temos grupos de produção com reflexão própria.
Mas temos grupos que se querem de influência (fundações, ou organizações como o "Compromisso Portugal"). Estes produzem reflexão contando com um corpo difuso de intervenientes que "benevolamente" se constituem para apresentar as suas conclusões e propostas em fórum, de forma dispersa (definição de benévolo na p. 37).
Em rigor não temos em Portugal nenhum "think-tank" clássico.
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