Na "mailing list" da Livraria Cultura vinha a indicação de que já tinha sido traduzido no Brasil, pela Companhia das Letras, o livro de Kenneth Maxwell subordinado ao título O Império Derrotado, Revolução e Democracia em Portugal.
O império derrotado?! Estranhei. Fui ver a tradução que em Portugal se adoptara e verifiquei que o tradutor da Presença escolhera para título da mesma obra: A Construção da Democracia em Portugal. Na realidade mais próximo de uma tradução à letra, já que Maxweel dera como título ao seu livro The Making of Portuguese Democracy.
O tradutor brasileiro ainda acha que destacar a ideia da derrota do império português faz mais sentido do que destacar a criação da democracia. Será porque a ideia de derrotar o o império, ou o discurso imperial, continua a ter algum significado no discurso político no Brasil? Haverá ainda essa inquietação no Brasil relativamente à matriz de construção da identidade nacional?
A não ser que o tradutor se esforce por representar em título o espírito da obra, e considere que em democracia não pode haver impérios, porque esta os derrota sempre. É uma ideia poética, para além de ser objecto de estudo da Ciência Política e da Teoria Política. Faz sentido. No sentido clássico de império, claro. Em que por império se entende uma unidade política formada por um conjunto de territórios, nações ou populações sob o governo de uma só autoridade.
O império derrotado?! Estranhei. Fui ver a tradução que em Portugal se adoptara e verifiquei que o tradutor da Presença escolhera para título da mesma obra: A Construção da Democracia em Portugal. Na realidade mais próximo de uma tradução à letra, já que Maxweel dera como título ao seu livro The Making of Portuguese Democracy.
O tradutor brasileiro ainda acha que destacar a ideia da derrota do império português faz mais sentido do que destacar a criação da democracia. Será porque a ideia de derrotar o o império, ou o discurso imperial, continua a ter algum significado no discurso político no Brasil? Haverá ainda essa inquietação no Brasil relativamente à matriz de construção da identidade nacional?
A não ser que o tradutor se esforce por representar em título o espírito da obra, e considere que em democracia não pode haver impérios, porque esta os derrota sempre. É uma ideia poética, para além de ser objecto de estudo da Ciência Política e da Teoria Política. Faz sentido. No sentido clássico de império, claro. Em que por império se entende uma unidade política formada por um conjunto de territórios, nações ou populações sob o governo de uma só autoridade.
Mas fará sentido no futuro pensar em democracia e em derrota de impérios? A concepção que temos de Estado-nação está a modificar-se nas últimas décadas, e nem sequer estou a discutir a ideia imperialista que alguma nação possa manifestar.
Relativamente ao título do livro publicado no Brasil, então, para sermos exactos, teríamos que dizer: Portugal, o império que se extinguiu a si mesmo em nome da democracia. Porque até provas em contrário foram os filhos da nação imperial que terminaram com o seu império.
Quanto à melhor capa, para mim não há dúvidas. O prémio vai para a editora Companhia das Letras.
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