Querer (não é só dizer) que nem um cabelo mude numa determinada pessoa, ou melhor, nem se quer conceber a palavra mudança em relação ao que quer que seja em alguém, e não o sentindo por indiferença ou passividade emocional, revela que tipo de estado afectivo?
Quando Cristo afirmou que um dia todos ressuscitaríamos, sabia, com certeza, que esse todos implicava mesmo todos, e os todos com o seu tudo que define cada um. E ele há cada um… Mas quem consegue estar assim tão apaixonado pelo um de cada um? Quem consegue aceitar a humanidade personificada de forma tão radical? Se na vida tudo se opera pela mudança, quem prefere que nada mude numa pessoa por toda a eternidade? Só pode ser os que estão apaixonados, os que amam profundamente alguém, os que temem mais do que perder a sua própria vida perder a vida dos amados, os que mais do que darem a sua própria vida, querem a vida eterna dos que amam. Uma e outra vez, e para sempre, tal e qual como eles só, e sem que um só cabelo mude sequer.
Platão, pela personagem de Sócrates, ensina-nos no Fédon que imortal só a alma, e que essa incarna numa forma, humana ou não, tantas quantas forem as vezes necessárias para adquirir um elevado grau de virtude e de inteligência. É uma concepção mais cáustica no que à natureza da pessoa diz respeito. Platão, como Sócrates, o pedagogo, quer o que cada mestre quer, a saber, mudar, moldar, aperfeiçoar a natureza do seu discípulo. Mesmo se amado, um discípulo é um aprendiz, um ser imperfeito, inacabado, que urge alterar para corresponder a uma forma exemplar, precisa de ser realizado tendo por modelo um projecto entendido como lhe sendo superior e que ele procurará, se aceitar a autoridade daquele que sabe, ou da ideia que guia o plano do mestre, executar. A reencarnação é pois exemplo de uma teoria que vê na pessoa de cada um a existência de uma parte imortal, a alma, a quem é dada uma outra parte, que é o corpo, que a aprisiona à materialidade, mas que também lhe permite manifestação, numa luta pela emancipação das partes. É um processo que assume que não só quer mudar algo na pessoa, como exige essa mudança.
Quando Cristo afirmou que um dia todos ressuscitaríamos, sabia, com certeza, que esse todos implicava mesmo todos, e os todos com o seu tudo que define cada um. E ele há cada um… Mas quem consegue estar assim tão apaixonado pelo um de cada um? Quem consegue aceitar a humanidade personificada de forma tão radical? Se na vida tudo se opera pela mudança, quem prefere que nada mude numa pessoa por toda a eternidade? Só pode ser os que estão apaixonados, os que amam profundamente alguém, os que temem mais do que perder a sua própria vida perder a vida dos amados, os que mais do que darem a sua própria vida, querem a vida eterna dos que amam. Uma e outra vez, e para sempre, tal e qual como eles só, e sem que um só cabelo mude sequer.
Platão, pela personagem de Sócrates, ensina-nos no Fédon que imortal só a alma, e que essa incarna numa forma, humana ou não, tantas quantas forem as vezes necessárias para adquirir um elevado grau de virtude e de inteligência. É uma concepção mais cáustica no que à natureza da pessoa diz respeito. Platão, como Sócrates, o pedagogo, quer o que cada mestre quer, a saber, mudar, moldar, aperfeiçoar a natureza do seu discípulo. Mesmo se amado, um discípulo é um aprendiz, um ser imperfeito, inacabado, que urge alterar para corresponder a uma forma exemplar, precisa de ser realizado tendo por modelo um projecto entendido como lhe sendo superior e que ele procurará, se aceitar a autoridade daquele que sabe, ou da ideia que guia o plano do mestre, executar. A reencarnação é pois exemplo de uma teoria que vê na pessoa de cada um a existência de uma parte imortal, a alma, a quem é dada uma outra parte, que é o corpo, que a aprisiona à materialidade, mas que também lhe permite manifestação, numa luta pela emancipação das partes. É um processo que assume que não só quer mudar algo na pessoa, como exige essa mudança.
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