Desaparecimento de crianças. Desaparecimento de uma criança, a Madeleine.
"Pacheco Pereira emendava, há dias, um locutor televisivo português por este ter dito que os jornais ingleses davam o caso do desaparecimento de Madeleine na primeira página. Que não, disse ele no seu blogue Abrupto, só os tablóides ingleses o faziam... Mas quem estava errado era Pacheco Pereira: há vários dias que as notícias e as fotos da menina ou dos seus pais são capa do Guardian, do Times, do Independent, enfim, dos jornais que não são gritantes como o Sun. E isso por razão simples, o próprio dos jornais (de todos) é dar notícias com o relevo que elas têm. (...)
Mal seria que os jornais - e, sobretudo, os melhores - se afastassem do que as pessoas falam."
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O discurso, a acção e os cidadãos
"O problema não é o de perder-se o sentido crítico ou até condenatório das políticas, porventura enganosas, pouco profícuas ou até erradas. Das coisas que fazem que andam e não andam. O problema não é o de esgrimir contra os bloqueamentos de liberdade de expressão e opinião. Não é o de deixar de dizer mal do que está mal, do que não é justo ou precisa de ser corrigido. O problema é o de fazer prevalecer um pessimismo profetizador de um estado de sítio desolado e desolador. Não estamos num país de oásis, nem estamos num deserto pantanoso. Mas teremos de concordar que contra o acusado fácil marketing político do Governo, que lhe é natural a partir das acções que vai desenvolvendo, grassa uma onda de maledicência tendente a encharcar a opinião pública e a motivação popular num estado de desencanto e desmotivação.
O discurso político anda entrincheirado no desenvolvimento de uma guerrilha verbal que só pode ter por efeito o desencanto do povo pela "coisa política". E não é só o discurso. Os últimos exemplos da vida política autárquica ou regional provocam profunda confusão e descrédito."
Paquete de Oliveira, "A esperança também pode morrer", no JN
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Lisboa
"Só um forte sentido do interesse público, hoje pouco em voga, e uma visão lúcida sobre Lisboa, com mãos livres para prosseguir um trabalho que não se compadece com demagogias e ainda menos com clientelas, pode mover a roda dos próximos anos nesta cidade parada. As eleições intercalares vão ser um teste aos partidos, particularmente ao PSD, da sua capacidade de redenção face ao eleitorado.Na polis grega, os cidadãos sentiam-se privilegiados por serem parte na produção das ideias que moldam a vida política. E designavam de idiotis (idiotas, sem ideias) os que não queriam frequentar nem o forum nem a agora. Este teste, para ser eficaz, precisa de lisboetas activos na defesa do que lhes pertence. Oxalá!"
Maria José Nogueira Pinto, "Os pecados Capitais", no DN
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