quarta-feira, julho 04, 2007

Democracia interactiva

O canal de televisão CNN e o You Tube estão a promover a participação de cidadãos no debate para as presidenciais americanas, incentivando à produção de vídeos com perguntas dirigidas aos candidatos que, em tempo certo, poderão vir a ser respondidas no debate a realizar em 23 de Julho. Sendo um espaço aberto há lugar para todas as atitudes. A democracia é um espaço de diversidade, mesmo quando não subscrevemos o tom, o modo ou os conteúdos de algumas das perguntas dirigidas. É o processo democrático. É a manifestação da lberdade de opinião.

E A Coligação Save Darfur não perdeu tempo:

"CNN and YouTube are giving Americans an exciting opportunity to ask their own questions of the 2008 Democratic presidential hopefuls in the upcoming July 23rd debate through video submissions. The next president will play a crucial role in bringing peace to Darfur. With your help, we can bring Darfur to the forefront of the presidential campaign and make it one of the central issues leading up to the election. "


Com seis milhões de habitantes, um povo muito pobre, com recursos naturais como o petróleo, mas sem muita água, o Darfur, zona a sul do Sudão, a exemplo do que se passa na maioria dos países do continente africano, é o reflexo de uma situação política e económica em que uma elite explora as riquezas e domina um povo altamente necessitado.


No Darfur, as tribos nómadas, financiadas e armadas pelo presidente Omar al-Bashir, entraram em guerra com os povos sedentários, agrícolas, não só por precisarem da escassa água partilhada até então com os agricultores (maioritariamente muçulmanos não árabes), reservando-a para os seus animais, como, sobretudo, por o presidente querer ver submetido o movimento rebelde então criado pelo descontentamento dos agricultores com a política central, utilizando para o efeito a agressividade das tribos nómadas contra os outros habitantes do Darfur, propiciando a criação de milícias conhecidas como Janjaweed (maioritariamente formadas por muçulmanos árabes), apoiadas pelas forças regulares do país. A violência, a destruição e a morte sobre os camponeses, civis, não tem limites, pensando-se que mais de 400.000 vidas já foram perdidas ao logo deste conflito que começou em 2003.
A presença no terreno de uma força militar da União Africana, desde 2004, não tem conseguido fazer impedir esta espiral de terror, sucedendo-se os ataques, fazendo com que, só nos primeiros meses de 2007, tivessem entrado em campos de refugiados cerca de 800.000 pessoas.
Informação recolhida, em grande número, aqui.

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