Quando os portugueses em geral souberem o que os professores sabem desde há muito, que este ministério da educação não tem uma única ideia sobre a qualidade da educação e que planificou a sua acção em nome da quantidade e não da qualidade (aumento de taxas de sucesso para exportação à custa da exigência e do rigor, diminuição do número de professores à custa de um desmoralização sistemática da profissão e pelos cortes substanciais à entrada de novos docentes com o encerramento, injustificado, de muitas das escolas), hão-de compreender que a educação é o retrato do país que temos: escolas públicas com os melhores professores que o sistema produz (que ninguém duvide que os professores com melhor formação científica e profissional estão, no secundário, e até agora, todos no sector público) e que não conseguem que essa excelência se substancie em resultados gerais, e escolas privadas que se revelam extremamente eficazes pela estrutura disciplinar que a sua autonomia produz (escolhem as regras e aplicam-nas duramente, sem contemplações para a rebaldaria comportamental dos infantes).
Já não falo sequer da questão das escolas privadas terem alunos seleccionados de entre uma classe social já de si seleccionada pelas relações socio/profissionais que as caracterizam, o que, se não em termos afectivos, pelo menos em termos cognitivos, e no que a uma aprendizagem diz respeito, têm um extremo efeito.
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