Os governantes europeus que andam a fazer este tipo de cedências à China, "UE cede à China e condena Taiwan por querer referendo", não devem ter demorado um segundo a pensar nestas palavras: "As guerras que ocorreram nas Balcãs, no Afeganistão e no Iraque não podem dar-nos qualquer ideia do que seria uma confrontação sino-americana por causa de Taiwan. Em 2025, essa guerra talvez já tenha eclodido, para surpresa dos europeus, que nem sequer querem encarar a sua possibilidade. (...)Os riscos de conflito são, pois, bem reais: desde a década de 1990, a política dos três grandes actores (Estados Unidos, Taiwan e China) é cada vez mais instável. A possibilidade de um erro de cálculo ou de interpretação de cada um deles relativamente à atitude dos outros dois é muito elevada. A China pensa que Washington não sacrificará Los Angeles a Taiwan, os Estados Unidos que Pequim não sacrificará vinte ou trinta anos de desenvolvimento económico a Taipé, e Taiwan julga que pode colocar Pequim perante o facto consumado sem sofrer as consequências. Trata-se de três erros perigosos. (...)
Não podemos excluir que em 2025, nos encontramos na presença de uma região muito fortemente nuclearizada, com o Japão, as duas Coreias (ou uma Coreia reunificada), a Indonésia e a Malásia, todos detentores de armas nucleares. Um conflito nesta parte do mundo tomaria, pois, rapidamente um rumo demasiado perigoso, em que os europeus deveriam pelo menos, contribuir para evitar uma vitória chinesa e uma conflagração regional. (...)" Thérèse Delpech, O Regresso da Barbárie, p. 161-162.
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