Enquanto os países tiverem um discurso de apoio às decisões e intervenções multilaterais para depois na prática procederem à perseguição de interesses de forma unilateral será difícil fazer com que as populações e alguns dos seus dirigentes acreditem na ideia de dividir sacrifícios e de prestar assistência. O jogo dos interesses, da tal política real, cai nisto: nas políticas de pressão ou capacidade de influência de individualidades. O jogo dos princípios, se conhecidas as regras, e aceites as mesmas, teria com certeza um outro nível de participação e exigiria um outro tipo de comportamentos. Mas não, pretende-se actuar de maneira diferente para o que se diz ser uma realidade diferente. Depois ficam muito surpreendidos com as reacções dos autóctones que escapam ao programa desejado.
O problema é que as sociedades não reconhecem os critérios de intervenção armada como sendo rigorosamente universais e estáveis, nem reconhecem autoridade à maioria dos dirigentes que falam em nome daqueles. Bom, pelo menos não o fazem de forma crítica, porque em situação de perigo iminente essa adesão à ideia de necessidade de uma defesa imediata e mais agressiva poderia facilmente vir a ser aceite por uma opinião pública inundada de notícias pró conflito.
Mas como estabelecer critérios que sejam aceitáveis por todos os envolvidos e que exijam um compromisso escrupuloso das suas ideias directrizes? Como transformar os interesses de cada nação, diferentes entre si, pelas histórias, desejos e vontade de dominar distintos, numa acção conjunta que tenha por primeiro objectivo o interesse geral?
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