domingo, junho 01, 2008

E a guerra dos pavilhões Leya pariu... uma ideia quadrada.

Porque o grupo Leya fez tanto barulho pela originalidade e pela individualidade na feira do livro é que eu não percebo. Tanto alarido e depois saem-se com aquilo!

Não tomei partido na questão que opunha a Leya à APEL aqui há umas semanas. Pensei esperar, ver, para depois tomar a minha decisão. Pois se o editor não estava a cometer nenhuma ilegalidade, então só podia restar um juízo estético, já que fazer daquilo um caso político de conflito entre a esquerda e a direita é carregar de naftalina o discurso.

Hoje, dia mundial da criança, bom pretexto para ir à feira. Entremos pois na área da Leya. Como? É isto?! Foi por isto?!


Vamos lá ver, as pobres editoras que fazem parte do grupo ficaram num quadrado que toma como centro as caixas registadoras, e por sua vez os livros estão fechados noutros quadrados: as caixas. Não só são pavilhões feios, o que seria de somenos para o objectivo do capital, como não permitem a fluidez de circulação. Mais de cinco pessoas dentro das "caixas" já é uma multidão a acotovelar-se e a tapar os livros expostos. Acanhados.
Espaço feio, fortaleza a enclausurar-se, previsível. Uma concepção de espaço medieval se comparada com a abertura, a linearidade, a geometria de espaço que os outros velhos pavilhões oferecem.
Se aquele espaço Leya é o melhor que o dinheiro e a criatividade individual dão como venda de livros... então não sei com que arquitectos o capitalismo português anda a falar! E isso é muito preocupante, porque se o dinheiro é privado já aquele espaço é público. Se fosse no jardim do editor, pronto, era lá com ele e com a dita câmara do lugar, agora, é aquela a ideia para o urbanismo de alguns dos detentores de riqueza?

Fiquei com uma pena dos diabos pelos livros expostos, e pelo nome das editoras que reconheço de sempre e que ali se anulavam entre si de tanto as querem a fazer forçada combinação.

Eu comprei a biografia literária de O`Oneill, editado pela D. Quixote, num dos feios caixotes. Talvez seja só isso que conte para o vendedor. Ou talvez não. Para mim, consumidora, decididamente, não.

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