"No caso pendente /processo eleitoral para a escolha do presidente dos EUA/, é de não esquecer que a decisão do eleitorado americano vai ser um exercício de uma minoria nacional em face da maioria de Estados e povos que serão afectados pela decisão final do pleito, mal informados do que significa a preferência americana, agora, antes, e nos actos finais da disputa, por um dos candidatos. A primeira dúvida traduz-se na questão de saber qual é o critério da escolha que virá a ser feita pelo eleitorado em processo de captação. Talvez nesta altura já tenham perdido a referência que inicialmente centrou as dúvidas sobre a importância da etnia e do género entre os motivos que condicionariam a resposta final. Mas parece subsistir uma atenção, não apenas difusa, sobre as questões referentes à idade e experiência, circunstâncias relacionadas com o binómio passado e modernidade. Todavia, a agressão de autenticidade levada a efeito pelo desastre do sistema financeiro talvez tenha esclarecido que o debate é entre um candidato jovem, não comprometido com a governação que presidiu ao desastre unilateralista, e o próprio Presidente em fim de mandato, este a ser julgado por interposta pessoa, que em muito estará de facto impedido de ser inovador e alheio à herança republicana. Para o eleitorado, as coisas ficarão definitivamente mais claras, antes de chegarem ao voto, se entretanto a intervenção do aparelho judicial americano, com a impetuosidade tradicional, desenvolver a identificação dos juridicamente responsáveis pelo descalabro, para mostrar que o Estado está de volta aos domínios da mão invisível, e não apenas com recursos financeiros. Para assegurar que é necessário adjectivar a economia como política, para que a justiça não seja apenas a testemunha dos desastres. Por enquanto, o empate técnico é o nome da perplexidade dos surpreendidos americanos."
Adriano Moreira, DN online
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