quarta-feira, novembro 05, 2008

O senhor presidente

Em dia de vitória de Obama estive a ler o que o seu assessor para a economia dizia: nada de conceder à Europa continental uma melhor visão estratégica no que aos serviços financeiros diz respeito, afirmou que o seu candidato se mostra disponível para uma ideia de resolução da crise em parceria com a Europa e atento às soluções vindas de outras partes do mundo (uma novidade estratégica), mas sem condescender na prática à ideia de crítica do país. À maneira americana.

Os discursos de Obama são de grande beleza formal (daí a sua musicalidade), mas eu, sem paixão, vendo de longe, espero para ver os resultados que ele conseguirá apresentar neste ano tão difícil. Esperando que ele possa fazer-nos acreditar quando tiver que tomar decisões a sério.

Por cá, o governo procura continuar a descredibilizar os seus críticos, onde quer que eles surjam com um discurso opositor. Muito gostava eu de saber quem libertou as últimas informações sobre Cadilhe para os jornais. Tanto envenenam as fontes que um dia hão-de provar dessa água.

É uma pecha comum da nossa governamentalidade : ao invés de ter um discurso pela diferença e por acreditar em si, faz um discurso continuamente contra o "outro".
Pode ser que a nova moda em matéria de políticos internacionais, o senhor Obama, os faça mudar o modo e o tom com que este governo tem comunicado ou feito passar as suas mensagens. A bem dá nossa capacidade de sobrevivência ao desânimo.

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