segunda-feira, dezembro 08, 2008

Raiva, caos, e o Natal a pôr-nos no caminho certo. Para crentes no Pai Natal.

Não podemos deixar de rir quando ouvimos algo como isto, mesmo após o dramatismo da notícia, ou por isso mesmo:
"Denny Crane: So, let me understand what we have here. I have an eighty percent chance of getting Alzheimer’s in six years?
Dr. Frank Wessmer: Yes. Alan and Denny let this sink in. If it’s any consolation at all, you’re seventy-five. You drink. You smoke. You probably won’t live that long."

E antes, não podíamos deixar de sublinhar esta ideia de Alan Shore:

"Alan, Clarence, Melvin and Noris are still in the CP&S conference room.
Attorney Melvin Palmer: My point is you can blame us all you want my friend. But nobody saw this coming. Even Alan Greenspan was saying there were no bubbles in the housing market.
Alan Shore: Is Alan Greenspan your good buddy too? I hear he can be quite the hoot.
Attorney Melvin Palmer: Al, I really don’t need you to make fun of me.
Alan Shore: No! You don’t.
Attorney Melvin Palmer: The simple fact is this was a negotiable contract. He’s a lawyer.
Alan Shore: Those are two facts actually.
Attorney Melvin Palmer: What happened to the sub-prime was unforeseeable. What happened to the housing market was unforeseeable.
Alan Shore: When do we get to the win-win part of this meeting?
Attorney Melvin Palmer: This man was never lied to. He made a deal. Now he doesn’t like it because it turned out to be a bad deal. So what? He just stops making his payments? It seems to me he deserves to lose the house. You think you can sue and win, Al, even though he flat out breached a contract? I’m asking myself, “What kind of a lawyer would think that?” That’s what I ask. But then I remember, you’re not so much a lawyer as you are a gigantic hoot. Am I right?

Alan Shore: I may not be much of a lawyer Mr. Palmer but I can see the obvious. Foreclose on Mr. Bell’s house and your client will be left holding an asset he can’t sell and a loan that will never be paid off. Over the next eighteen months two million of these teaser mortgages are going to expire. And a trillion dollars’ worth of loans are going to be called in as interest rates keep taking up and property values keep slipping down. That trillion dollars’ worth of debt is going to be secured by houses worth a fraction of that. Keep throwing people out on the street, taking their homes instead of their money and you’ll be left with a stock price of zero and a public that’s out for blood. Not mine, or his (Clarence) but yours (Noris) and yours (Melvin). You can smell it in the air. Anger and chaos. If Shakespeare were alive today he might say, “First thing. Let’s kill all the bankers.” Tell me, Melvin, what exactly do you plan to trade on in that courtroom? Your witless grin and home-style cookin’? Or perhaps the bank industry’s stellar reputation. The FBI has already claimed mortgage fraud as the fastest growing white-collar crime in America. In some cites even drug dealers have turned to mortgage lending. Profits are high. Death rate is low.
Until, of course, people start shooting the suits. I may not know much about law but even a gigantic hoot like me knows cases always come down to emotion. Who do you think the jury’s heart will go out to on this one? I’ve got a man who’s lost his home and his entire life’s savings. You’ve got a bank.
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Não percebi a referência a Shakespeare. Mas percebo o seguinte, até por reacção de certas pessoas que vivem nos Estados Unidos da América; se os EUA não arrancarem com a sua economia dentro de pouco tempo, o famoso e real espírito de sobrevivência e de empreendorismo americano esfumar-se-á nas ondas do desespero em sobreviver, e a famosa ordem social como a conhecemos virar-se-á às avessas, lá como cá. E como ninguém está preparado para saber qual a outra ordem que a substituirá rapidamente, sem tragédia e sem raiva, evitando o caos, os Estados injectam dinheiro na ordem estabelecida esperando de algum modo que as instituições se recomponham rapidamente, com os devidos ajustes, e o caos não se instale. São panaceias de governante em pânico. Até agora o mundo ficou a ganhar com a imagem refrescante de um novo presidente americano que ainda pode (deixar) sonhar, e como que suspendeu o pessismo, ou as atitudes alucinadas, mas... e se ele não for suficiente por si?
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E quase no fim, o episódio da série "Boston legal", de onde retirei tudo isto, termina a parte dramática do episódio com a expressão "Don’t you love Christmas? Anything goes wrong with the world, Christmas makes it go away." Pois, para quem acredita no Natal. Por memória afectiva, ou por tradição e costume, ou por prazer. E a democracia? Será o meu "pai Natal" que desce pela chaminê e me vem trazer os presentes? Será uma crença deste tipo?
Não falo de Cristo e na crença nEle, porque considero isso de outra ordem, não social mas espiritual. Uma crença de outra ordem.
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E ainda há isto: "(ODC) Tecnicamente definida como Obrigação de Dívida Colateralizada, na realidade traduz-se na manipulação dos ingénuos que acreditam em galinhas dos ovos de ouro ou, já que estamos em avicultura, confiam que o tal ovo que se supõe esteja no oviducto do galináceo mas ainda ninguém viu, acabe por sair na forma de uma omeleta de espargos. Depois o ovo não sai e aumentam-nos os impostos e tiram-nos os empregos e retardam-nos a pensão de reforma e fecham maternidades e escolas e esquadras de polícia. Estamos a viver em Portugal uma destas monstruosidades. Preocupado com a crise financeira internacional o governo de Sócrates disponibilizou uma quantidade astronómica de dinheiro para "salvar o sistema". Todos assumimos que se tratava de apoiar algo que servisse o bem público. O primeiro acto detectado deste plano foi salvar, o Banco Privado que tem tanto a ver com o público como a Ferrari, a Bentley e a Louis Vuitton têm a ver com a Carris. Fiquei finalmente a compreender a lição do jornalista de economia em Valência. O Estado Português deu dinheiro à banca privada mas não se quis meter no Banco Privado. (...)" de Mário Crespo, in JN
E penso que tenho que ir para a rua ver as luzes de Natal na cidade com a família, mas depois lembro-me: "Vais levar com a publicidade alarve escarrapachada sem discrição ou elegância pelo meio das luzes de Natal!"
Que Natal mais vendido este nosso!

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