quarta-feira, maio 31, 2006

Efeito perverso da comunicação política II

Ontem na discussão na Rtp 1 sobre a questão da violência nas escolas, o único político presente, o secretário de Estado para a educação, conseguiu ser o exemplo vivo do tipo de discurso que só tem como função enxotar responsabilidades (para as comunidades, para as escolas e até para os professores, com a insinuação de que algo no próprio comportamento destes revelava disfuncionalidade, por contraponto ao de outros, com base numa distinção que os alunos diziam fazer entre os "simpáticos" e aqueles que "estão ali mesmo a pedi-las"), promovendo ainda mais o enfraquecimento da autoridade dos professores com um discurso invertebrado quanto à gravidade das situações, que, não, não são excepções, e sim, acontecem frequentemente: basta ver porque não há professores a poderem afirmá-lo com a cara destapada.

A mim constrangeu-me aquela posição de reféns por parte dos professores, pelo vistos ao senhor secretário de Estado só ocorreu preocupar-se em minimizar os acontecimentos, e em singularizar o ocorrido, sem se envolver no debate sobre a questão do fracasso de modelo de disciplina implementado nas escolas portuguesas.

1 comentário:

Anónimo disse...

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