terça-feira, maio 30, 2006

Efeito perverso da comunicação política

"Because the terms we use to describe the world determine the ways we see it, those who control the language control the argument, and those who control the argument are more likely to successfully translate belief into policy. "

Kathleen Hall Jamieson and Paul Waldman, The Press Effect, Oxford, Oxford Univ. Press,2003.

trad.
"Sendo que os termos que usamos para descrever o mundo determinam o modo como o vemos, aqueles que controlarem a linguagem controlam o argumento, e aqueles que controlarem o argumento terão mais hipóteses de ser bem sucedidos em transformar a crença em política."



Esta é a suspeita clássica sobre o fenómeno do efeito perverso da comunicação política. Mas, como a própria K. Jamieson sabe, o controlo do argumento por parte de quem quer que seja não resulta de um processo fácil no que à determinação do comportamento diz respeito, nem é muito definitivo, em Democracia.

Pode-se aplicar às teorias do efeito negativo dos discursos a mesma definição que à dos enganos, i.e., que estes podem manipular uma vez, e podem fazê-lo relativamente a um grande número de indivíduos, mas não o podem fazer muitas vezes, nem para um número indeterminado de pessoas.

Jamieson sabe muito bem que é possível identificar as estórias, os enquadramentos, os argumentos enfim, utilizados para condicionar a percepção da realidade. Talvez não no tempo real de tomada de decisão, talvez não a tempo do público tomar consciência e penalizar com a sua votação o candidato que deliberadamente procura manipular o discurso, mas mesmo assim com muita pertinência social e em tempo razoável. Veja-se por exemplo o seu trabalho no Centro Annenberg da Universidade da Pensilvânia, como promotora da actividade de monitorização dos discursos políticos nos EUA, através da criação do serviço de verificação de factos políticos, o FactCheck.org.

1 comentário:

Anónimo disse...

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