sexta-feira, maio 12, 2006

filósofos 3

Manuel Maria Carrilho publicou ontem o seu livro "Sob o Signo da Verdade". Ainda não o li. O que é obviamente uma limitação ao meu comentário.
Ouvi a sua entrevista na RTP 1 conduzida por Judite de Sousa. Pensei três coisas: 1. É óptimo que se publique em Portugal as experiências das pessoas que participam directamente na vida política, social ou académica. É uma actividade que nos países anglo-saxónicos e em França é frequente e que pode contribuir, declaradamente, para uma discussão alargada das questões implicadas. É, pelo menos, uma diferença salutar em relação ao generalizado hábito de falarmos mal nas costas uns dos outros. 2. Fica bem a um filósofo que se preocupe com a questão da verdade. Mas, conhecendo o percurso filosófico de Carrilho, não estava à espera de uma asserção como: "Eis-me, aqui está a minha pessoa "sob o signo da verdade". Sempre me pareceu que devido à sua filiação intelectual tenderia a defender algo do género "eis a minha perspectiva da verdade". Mas pronto, registo o facto do filósofo aceitar que afinal se pode falar de "verdade" sem termos que proceder a uma relativização da mesma. Do meu ponto de vista é muito importante que os filósofos reconheçam que há estados de coisas verdadeiros, e estados de coisas falsos. 3. Passaremos a ter um exemplo prático para apresentar nas nossas aulas de "comunicação e política" sobre o poder dos media na selecção/agenda dos políticos, ou estaremos no universo de estudos da área do "infoentretenimento"? Só saberei depois de ler o livro.

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