terça-feira, maio 23, 2006

Victor Hugo: um pretexto....

Com a permissão da Isabel Morgado, sugiro a leitura da Biografia do André Maurois sobre o Víctor Hugo. Porém, melhor do que a ingrata tarefa de descobrir os secretos pecadilhos dos grandes homens, sugiro a esquecida re-leitura de todo aquele humanismo burguês que encantou este leitor faz mais de três décadas com livros como o "Burg-Jargal", "O Homem que Ri", "O Noventa e Três", "Vinte e Quatro Horas da Vida de um Condenado", "Os Pescadores da Islândia" entre outros que devorei com uma lanterna debaixo dos cobertores e nos quais se destacam os inevitáveis "Nossa Senhora de Paris" e "Os Miseráveis". Para perceber o que se passou entre o romantismo e o realismo, o conceito moderno de intelectual e de compromisso politico terá que se ler também as páginas que Eça dedicou ao autor e culminar no Jean Barois. Tudo isto é datado mas faz parte de uma velha questão em que a França desempenhou um papel fundamental: o compromisso do intelectual moderno.
Claro que a história teria de continuar: com Anatole France, Aragon, Éluard, Sartre e até Foucault. Seria apenas um breve capítulo de uma longuíssima tese sobre os intelectuais e a modernidade. Como todos sabem, haveria um excelente capítulo dedicado a Portugal.
JC

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