quinta-feira, junho 08, 2006

bichos-da-seda

Sim, o mundo também é um lugar de simpatia.
Há um mês M. perguntou-me se o meu filho não gostaria de ter uns bichinhos-da-seda, porque as filhas estavam a fazer criação e podiam oferecer uns quantos. Encantada, aceitei por ele, sem dizer nada para lhe fazermos uma surpresa. Tinhamos que esperar pelo nosso próximo encontro, visto que M. e família vivem em Évora.

Mais ou menos oito dias depois, J. C. C. , num e-mail, faz referência à criação de bichos-da-seda, perguntando-me se o meu filho não gostaria de fazer criação também.
Ontem, na feira do livro, três meninos encantadores, entre os 8 a 11 anos, propuseram-nos a compra de 10 bichos-da-seda, numa caixa, por 1 euro. Dissemos que sim, e tivemos direito a uma aula sobre a criação destes animais por três educados e simpáticos rapazes, que explicaram tudo ao mais novo e futuro criador. Este estava fascinado a olhá-los e a ouvi-los. Eles explicaram o ciclo, fizeram recomendações e deram conselhos. Tudo por 1 euro. Não podiamos ter melhor tratamento em lugar nenhum.

Hoje o pequeno criador resolveu levar a sua caixa para mostrar aos amigos da escola, não antes de ter telefonado aos avós a contar a novidade e a perguntar se sabiam onde havia folhas de amoreira. Pelo caminho encontramos vizinhos, colegas e auxiliares, todos se debruçaram sobre a caixa e todos, sem excepção, recordaram a sua própria criação de bichos-da-seda, com carinho.
O meu marido encontrou este texto de João Céu e Silva na internet e enviou-mo. E, enquanto eu escrevia este post, recebi dois telefonemas de pessoas amigas que me queriam dar indicações sobre locais possíveis onde encontrar amoreiras em Lisboa.
Voltámos todos a reviver esse tempo da nossa infância.
O mundo é um lugar de empatia.

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