A minha grelha de programação ontem à noite, logo que fiz um assalto bem sucedido pela tomada do “comando”, foi a seguinte: 1. Anastacia (Sic Mulher). Fiquei a ouvi-la e a pensar, pois estava demasiado inerte para me pôr a dançar, enquanto a cantora, segura e profissional, acarinhava a bandeira nacional, e se dirigia ao público com atencioso humor. E pus-me a pensar.
Pensei que os futebolistas portugueses são como algumas pessoas das elites portuguesas, por mais que o povo vista a roupa bonita que sabe e pode vestir, por mais festa e celebração que intente fazer para dar de si a imagem de um povo com energia e empreendedor, por mais que espere reconhecimento amigo pelas iniciativas de celebração das imagens e das figuras pátrias e ainda que demande mundo a aprofundar o mundo de Portugal, será sempre tratado com altaneiros modos, com reservas no agrado.
somos um povo mal amado pelos nossos “heróis”. Será que a selecção não percebe que é uma ideia de Portugal? Não são o Figo, ou o Ricardo carvalho, ou o Pauleta, que também são, mas são, sobretudo, a selecção portuguesa, à qual eles têm a honra de pertencer.
Pensei também que afinal a resposta à pergunta se são os media que configuram o imaginário dos cidadãos, ou o contrário, já foi dada, eu conheço-a e concordo com as conclusões, só não tive discernimento para me lembrar dela: os media confirmam sobretudo as imagens que o povo tem de si. É por isso que a fotografia que os americanos escolheram dar de si, é a imagem que eles têm de si em situações difíceis: o de um povo que não desiste.
Pensei também que afinal a resposta à pergunta se são os media que configuram o imaginário dos cidadãos, ou o contrário, já foi dada, eu conheço-a e concordo com as conclusões, só não tive discernimento para me lembrar dela: os media confirmam sobretudo as imagens que o povo tem de si. É por isso que a fotografia que os americanos escolheram dar de si, é a imagem que eles têm de si em situações difíceis: o de um povo que não desiste.
Os media funcionaram ali na linha do reforço positivo de comportamento almejado.
Pensei ainda que já só se ouve falar de anjos, sobretudo de anjos da guarda, nas canções e no cinema. Os sites brasileiros a este respeito não contam, porque baralham qualquer mortal com as idiossincrasias religiosas e simbólicas.
Porque será que a igreja não acarinha este imaginário? Demasiado pagão? Mas no novo testamento aparecem, pelo menos, dois anjos. Mas que sei eu? Será por estes serem mensageiros e não guardadores de corpos e almas? Será que se subentende que não há anjos da guarda? Hum…
A Europa e Teresa de Sousa
Logo que Anastacia acabou de cantar “saltei” para o canal ao “lado”, a “sic Notícias”, vislumbrei a outra convidada da noite de Maria João Avillez, era Teresa de Sousa. Aguardei para ouvi-la, porque espero sempre para ouvir Teresa de Sousa. Na altura falava um senhor numa pose de menino amuado com o mundo e em especial com a Europa. Tendia a dizer duas ou três frases bombásticas em estilo rezingão e depois não as explicava muito. Confesso que levei muitos segundos a tentar compreender o que queria o especialista dizer com: “A Europa já saiu da História”. Lá percebi que estaria a fazer alusão ao conceito de Fukuyama sobre o fim da história, e que a Europa tenderia a pensar que eliminando a guerra e não querendo participar nos conflitos teria resolvido o seu lugar na história. Pois…
Disse também que a Europa nada fez para que a guerra fria terminasse, porque o regime comunista é que se suicidou na ex União Soviética. Pois…
A ministra da educação
Já tinha estado a ver quem era o convidado/a do programa “Diga lá excelência”, da RTp2, e confesso que a razão me dizia que era minha obrigação ouvir a senhora ministra, mas… bom, logo que terminou o programa de Avillez, acabei por ir ouvi-la.
Compreendi que a ministra é calma, acessível, que tem uma missão definida. Que tem razão nos diagnósticos e que tem razão na solução, que passa por ter uma noção de escola na qual haja mais cooperação entre todos os professores.
Penso que a ministra falha completamente no modo como não requer simpatia para a suas causas, como parece uma comandante pronta a criticar as suas forças sem conseguir uni-las sobre o espírito de uma causa comum, e falha no modo como essa causa comum é apresentada. Não tem um discurso político de conjugação de esforços, tem um discurso de reprimenda, injusto para com a maioria dos professores, relativamente ao seu desempenho, sobretudo quando as deficiências advêm da falta de orientação central que foram feitas ao sabor da alegria não se sabe bem de quem.
Não tem completamente razão a ministra quando diz que o problema da indisciplina não se pode misturar com o da violência. Pode. Porque é uma violência para qualquer professor passar o tempo a dizer nas suas aulas, enquanto discorre sobre os assuntos programados, coisas como: “Maria, vire-se para a frente se faz favor”, “Manuel, desligue o telemóvel e esteja com atenção”, “Maria, tem alguma coisa a partilhar com a turma ao invés de estar só a fazê-lo com o Manuel?”Etc, etc, etc. Isto desgasta até o mais disciplinador e atento professor.
Claro que não é tão profundamente grave como no caso do professor ser agredido fisicamente, mas é extensivamente revelador da perda de autoridade não do professor x ou y, mas do Professor, qualquer que ele seja. À noite, por exemplo, no Secundário, isso nunca acontece. Nunca. Porquê? Se o professor às vezes até é o mesmo?
Dentro da sala de aula não está só um professor e os seus alunos, está, por detrás dele, ou contra ele, uma escola, um ministério da educação e os pais. O ME deve decidir se está com as suas forças, explicando-lhes respeitosamente os pontos que têm que ser alterados, ouvindo-as e correspondendo às boas iniciativas, ou contra eles, visando só o seu afastamento do ensino, para reduzir o número de funcionários públicos e para congelar progressões na carreira.
O “sexo na cidade”
Fazendo tempo entre o fim do programa “Diga lá excelência” e à espera da nova série de “Sexo na Cidade”, fiquei a ouvir Sting. Finalmente o filme. Finalmente um humor elegante e inteligente. Finalmente descansada e sentindo-me chegada a casa.
Não pensei nada, estive entre amigas, a conversar de coisas que as amigas conversam.
Pensei ainda que já só se ouve falar de anjos, sobretudo de anjos da guarda, nas canções e no cinema. Os sites brasileiros a este respeito não contam, porque baralham qualquer mortal com as idiossincrasias religiosas e simbólicas.
Porque será que a igreja não acarinha este imaginário? Demasiado pagão? Mas no novo testamento aparecem, pelo menos, dois anjos. Mas que sei eu? Será por estes serem mensageiros e não guardadores de corpos e almas? Será que se subentende que não há anjos da guarda? Hum…
A Europa e Teresa de Sousa
Logo que Anastacia acabou de cantar “saltei” para o canal ao “lado”, a “sic Notícias”, vislumbrei a outra convidada da noite de Maria João Avillez, era Teresa de Sousa. Aguardei para ouvi-la, porque espero sempre para ouvir Teresa de Sousa. Na altura falava um senhor numa pose de menino amuado com o mundo e em especial com a Europa. Tendia a dizer duas ou três frases bombásticas em estilo rezingão e depois não as explicava muito. Confesso que levei muitos segundos a tentar compreender o que queria o especialista dizer com: “A Europa já saiu da História”. Lá percebi que estaria a fazer alusão ao conceito de Fukuyama sobre o fim da história, e que a Europa tenderia a pensar que eliminando a guerra e não querendo participar nos conflitos teria resolvido o seu lugar na história. Pois…
Disse também que a Europa nada fez para que a guerra fria terminasse, porque o regime comunista é que se suicidou na ex União Soviética. Pois…
A ministra da educação
Já tinha estado a ver quem era o convidado/a do programa “Diga lá excelência”, da RTp2, e confesso que a razão me dizia que era minha obrigação ouvir a senhora ministra, mas… bom, logo que terminou o programa de Avillez, acabei por ir ouvi-la.
Compreendi que a ministra é calma, acessível, que tem uma missão definida. Que tem razão nos diagnósticos e que tem razão na solução, que passa por ter uma noção de escola na qual haja mais cooperação entre todos os professores.
Penso que a ministra falha completamente no modo como não requer simpatia para a suas causas, como parece uma comandante pronta a criticar as suas forças sem conseguir uni-las sobre o espírito de uma causa comum, e falha no modo como essa causa comum é apresentada. Não tem um discurso político de conjugação de esforços, tem um discurso de reprimenda, injusto para com a maioria dos professores, relativamente ao seu desempenho, sobretudo quando as deficiências advêm da falta de orientação central que foram feitas ao sabor da alegria não se sabe bem de quem.
Não tem completamente razão a ministra quando diz que o problema da indisciplina não se pode misturar com o da violência. Pode. Porque é uma violência para qualquer professor passar o tempo a dizer nas suas aulas, enquanto discorre sobre os assuntos programados, coisas como: “Maria, vire-se para a frente se faz favor”, “Manuel, desligue o telemóvel e esteja com atenção”, “Maria, tem alguma coisa a partilhar com a turma ao invés de estar só a fazê-lo com o Manuel?”Etc, etc, etc. Isto desgasta até o mais disciplinador e atento professor.
Claro que não é tão profundamente grave como no caso do professor ser agredido fisicamente, mas é extensivamente revelador da perda de autoridade não do professor x ou y, mas do Professor, qualquer que ele seja. À noite, por exemplo, no Secundário, isso nunca acontece. Nunca. Porquê? Se o professor às vezes até é o mesmo?
Dentro da sala de aula não está só um professor e os seus alunos, está, por detrás dele, ou contra ele, uma escola, um ministério da educação e os pais. O ME deve decidir se está com as suas forças, explicando-lhes respeitosamente os pontos que têm que ser alterados, ouvindo-as e correspondendo às boas iniciativas, ou contra eles, visando só o seu afastamento do ensino, para reduzir o número de funcionários públicos e para congelar progressões na carreira.
O “sexo na cidade”
Fazendo tempo entre o fim do programa “Diga lá excelência” e à espera da nova série de “Sexo na Cidade”, fiquei a ouvir Sting. Finalmente o filme. Finalmente um humor elegante e inteligente. Finalmente descansada e sentindo-me chegada a casa.
Não pensei nada, estive entre amigas, a conversar de coisas que as amigas conversam.
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