Tenho pelos políticos, e o nosso Presidente da União Europeia não é excepção, sentimentos contraditórios. É por isso que me escudo nas ideologias para os interpretar, afastando deles o que deles é mais humano e ambíguo, vendo-os como representantes de ideias e executores de uma tradição democrática de governar as coisas da cidade. Procuro não me agradar de nenhum no exercício dos seus cargos públicos, tal como procuro não ter aversão continuada, faço com que os seus discursos e os seus trabalhos sejam contextualizados, entendidos como servidores da nação, sem ignorar a importância da personalidade própria no processo, claro. É a solução que encontrei para não desesperar de neles ter, ou não, votado, e de não me deixar cair na conversa de que “eles são todos iguais”.
Não me vejo num comício a gritar por nenhum indivíduo, mas isso não é propriamente uma atitude cínica. E uma reserva. Essa reserva, porém, não me impede de aplaudir as acções que julgo dignas de o serem. Aplaudo, de pé, a decisão de Durão Barroso de ir ao Sudão. Não quero saber se podia ser mais cedo, não quero saber que a sua acção tem a aprovação tácita das Nações Unidas como a instigá-lo. Não quero saber de intrigas institucionais. Quero só aplaudir de pé e acreditar na boa-fé do Presidente da Europa. Pelos habitantes de Darfur, sobretudo, mas também por nós europeus.
sábado, setembro 30, 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário