segunda-feira, outubro 23, 2006

Estado forte e Estado fraco – a pensar


Escreve Fukuyama no seu livro A construção de Estados:”(…) a dilatação do Estado tinha infectado igualmente muitos países em vias de desenvolvimento não comunistas. (…)
Em resposta a estas tendências, o conselho dado por instituições financeiras (IFIs) como o Fundo Monetário Internacional (FMi) e o Banco Mundial, bem como pelo governos dos EUA, deu especial relevo a um conjunto de medidas destinadas a reduzir o grau de intervenção estatal nos assuntos económicos - este pacote foi designado por um dos seus criadores (Williamson 1994) como “consenso de Washington”, e como “neoliberalismo” pelos seus detractores da América Latina. O consenso de Washington tem sido implacavelmente atacado no início do século XXI, não só pelos manifestantes antiglobalização mas também por críticos académicos com melhores credenciais em economia (veja-se Rodrik 1997; Stiglitz 2002). (…) Mas o verdadeiro problema era que, se os Estados precisavam de ser reduzidos em certa áreas, precisavam simultaneamente de ser fortalecidos noutras. (…) A teoria da construção de Estados, que era pelo menos tão importante como a que defendia a sua redução, não recebeu metade da ênfase desta e não foi pensada ao mesmo nível. O resultado foi que a reforma económica liberalizadora falhou o cumprimento das suas promessas em muitos países. (…)”, pp.18, 19

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