Bruno Logan Flou artistique aux cerises
Daquele telefonema de além-mar retive o seguinte: “Estou preocupada com o discurso do presidente e mais preocupada ainda com as acções que ele tem vindo a incentivar e que assentam no lema, para funcionário público aprender: “Quem não está comigo, está contra mim.” Tu sabes da minha simpatia pelas ideias da pessoa no início, agora começo a suspeitar que está a levar o país numa viagem para trás no tempo político.
Sim, chegam-nos cá notícias – respondi-lhe, contida. Acrescentando: -Parece-me que vai alterar a Constituição para ficar eternamente no poder, não é?
Sim, chegam-nos cá notícias – respondi-lhe, contida. Acrescentando: -Parece-me que vai alterar a Constituição para ficar eternamente no poder, não é?
Não - respondeu depressa - Só fica no poder se o elegerem. Vai alterar a constituição para se poder candidatar ciclicamente, mas só assumirá o poder se for eleito – Tentou ainda defender com um resto de racionalidade a acção do seu governante.
E então eu recordei-lhe a história das eleições "livres e democráticas" do Estado Novo. Depois seguiu-se um silêncio incómodo. Quando desliguei pensei em qual seria a cadeira, e em que tempo, que tomaria o lugar de servir de oposição democrática àquele governante. Ou qual seria a maturidade daquele povo e o seu tempo de o manifestar.
Devia ter-lhe falado nas cerejas bêbedas que tinha acabado de comer na “Ilustre Casa de Ramiro”, sempre amenizava as previsões e recordava a sua paixão de viver.
Ah, e se o lugar se chamasse a "Ilustre Casa de Ramires", então... é que era, a cerejinha convidaria a dissertação farta.
E então eu recordei-lhe a história das eleições "livres e democráticas" do Estado Novo. Depois seguiu-se um silêncio incómodo. Quando desliguei pensei em qual seria a cadeira, e em que tempo, que tomaria o lugar de servir de oposição democrática àquele governante. Ou qual seria a maturidade daquele povo e o seu tempo de o manifestar.
Devia ter-lhe falado nas cerejas bêbedas que tinha acabado de comer na “Ilustre Casa de Ramiro”, sempre amenizava as previsões e recordava a sua paixão de viver.
Ah, e se o lugar se chamasse a "Ilustre Casa de Ramires", então... é que era, a cerejinha convidaria a dissertação farta.
2 comentários:
Mas como o além-mar fica em terras tão distantes que, seria necessário o tamanho bastante de um clik para que os ecos de um bug nos condenem a mais uns anos de desgoverno... fora isso... nós por cá todos bem, claro!
No entanto não posso deixar de citar os ecos fadados de destino de quem nos adivinhou a gana de sermos a Raça onde nascemos:
"Há nos confins da Ibéria um povo que nem se governa nem se deixa governar." Gaius Julius Caeser (110 - 44 a.c)…
Ou como Almada apontava “o povo completo será aquele que tiver reunido no seu máximo todas as qualidades e defeitos. Coragem, Portugueses, só vos faltam as qualidades.”
Coragem, pois então, recomenda-se!
Ah, Teresa...como eu imagino a pena de Goscinny e de Uderzo a transformar essa pretensa crítica num imenso elogio. Como é bom para mim saber que nos confins da Iberia, apesar de tudo, há esse povo de irredutíveis... Com humor, com humor. Mas sem humor, nem a Itália escapa ao não saber como se saber governar. Aqui a aldeia, em comparação...
um abraço,
isabel
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