segunda-feira, março 26, 2007

Património português


Acabadinho de chegar aqui a casa o Portugal Património de Álvaro Duarte de Almeida e Duarte Belo. Uma maravilha. Bato palmas. Melhor do que olhar o livro e ver as propostas só a imaginar-me com os meus, de carro, à procura delas. Com um livro pesadito a tiracolo. Eu sou a maluquinha cá em casa dos livros de viagens e a amante dos percursos. Então se houver alguém a botar discurso… Ainda hoje suspiro lamentando a minha pouca sorte por certo itinerário que o escritor Mário Cláudio fez no Porto e aonde eu não pude ir. Não há guiazito nenhum que proponha uma deambulação a que eu não dê troco e procure arrastar para aí os meus. Família sofre, maçada, mas às vezes damos connosco imersos na mais profunda beleza e isso, eu sei, porque sinto, perdoa-me.


"Cada paisagem imprime um particular registo de emoções, um típico modo de olhar, uma forma singular de relação com os outros. Os conceitos de longe e perto variam de um tipo para outro dessa população particularizada. Também variam os conceitos de vizinho e de estranho, ou de meu e de nosso. A paisagem modela ainda a própria dimensão do tempo, e as correspondentes expressões do vagar ou da urgência.", p.7.

Nem de perto nem de longe tenho a alma de viajante de Gonçalo Cadilhe. Muito menos de perto. Mas ele escreveu há umas semanas sobre a sua viagem a Itália através dos olhos/obras do Imperador Adriano testemunhados por Marguerite Yourcenar e eu fiquei (ía para dizer extasiada, mas esse adjectivo guardo-o para os artigos de Bénard da Costa sobre a Itália) cativada. Para mim a Roma antiga é a Roma do imperador Adriano de Yourcenar. Nem sei onde começa a realidade e acaba a ficção. Para mim é tudo real. E se ele sabia de património. De identidade social também.

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