quinta-feira, março 08, 2007

Situações públicas fundamentais a precisarem de tomada de posição

No Bloguítica de paulo Gorjão

"DEPOIS DO SIRP, AGORA O SISI?"

"Há aspectos da nossa vida democrática comum que não devem estar cegamente subordinados à eficácia nos resultados e em que, em nome de interesses superiores, nomeadamente o Estado de Direito e uma prudente dispersão de poder, é tolerável e aceitável uma menor eficiência. Um primeiro-ministro, seja ele quem for, controlar, tutelar e orientar o SIRP e o SISI é manifestamente imprudente do ponto de vista dos direitos, liberdades e garantias. Por motivos óbvios."


e no Sobre o tempo que passa de José adelino Maltez

"Quando o Estado é invadido pelos cultores do doméstico (...)"


"Se continuarmos a governar o Estado como o chefe da casa governa a família extensa, teremos apenas agentes políticos que querem ser do oikos despote (o nome do chefe da casa em grego), ou do dominus (o chefe da domus, donde veio o nosso dono), esses padrinhos ou patrões que podem existir na oikos nomos, na economia e no mercado, mas não na polis, onde a política tem que obedecer à racionalidade ética dos princípios da justiça, os tais que vão além da racionalidade técnica do bem-estar e da segurança onde dominam a utilidade e o interesse."

e "Poderes soberanos e de autoridade (...)"

"O poder político não se confunde com a simples coerção – com a possibilidade de levar alguém a fazer alguma coisa contra a respectiva vontade, com a força que pode obrigar outrem a obedecer – não se reduzindo à imposição a outrem de algo que este não deseja espontaneamente.O poder político é uma capacidade criada por um acordo social, é sempre alguma coisa que tem de ser conjugada no plural, onde a união pode fazer a força, onde a união pode produzir mais força que a simples soma das forças dos vários particulares que integram essa união.Quando falamos em poder político, estamos a referir-nos à interacção ou à mobilização em torno de um fim comum que pode gerar uma maior soma de energia. Onde um forte rei pode fazer forte a gente fraca; onde as vulnerabilidades podem transformar-se em potencialidades. Ou vice versa, onde um fraco rei pode fazer enfraquecer a gente forte; onde as potencialidades podem ser vulnerabilidades.Para compreendermos o poder político, temos assim de ascender dos poderes ao poder, temos de medir a distância qualitativa que vai do medo ao consentimento, entendendo em profundidade o manda quem pode, obedece quem deve, onde há sempre, de um lado, um poder-dever e do outro um dever-poder."

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