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Até ler a reportagem de Anthony Shadid na revista "Pública" julguei sempre que o meu post de hoje seria sobre a educação de Lenine, sobre a tese do seu biógrafo acerca do peso excessivo que Lenine dava às ideias por contraponto ao seu real interesse pela vida das pessoas, e como isso tinha afectado de certa forma a sua capacidade de empatia para com o sofrimento dos seus semelhantes. Sou sensível a esta questão. Teria pois dado continuidade aos meus apontamentos sobre a educação do revolucionário, tal como Service no-la dá a entender. Não sei se escreveria sobre a situação actual da Rússia com o autocrático Putin. Não sei. Mas talvez me detivesse a pensar nos movimentos de oposição na Rússia à procura do seu espaço de manifestação. Sobre o pouco que sei.
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Mas depois de ler a reportagem sobre o que aconteceu ao livreiro Mohammed Hayawi, assim bem como a pelos menos outras vinte e seis pessoas, no atentado à bomba na Rua Mutanabi, a rua dos livreiros em Bagdade, sabia que só poderia escrever sobre este caso. O atentado ocorreu o mês passado. Nem sequer me dei conta disso pelo meio das notícias diárias que anunciam sobre os sucessivos atentados suicidas. Não fora o Público ter decido traduzir o artigo de Shadid e eu jamais saberia o que tinha acontecido. E jamais poderia invectivar uma vez mais a ideologia dos terroristas, dos defensores de uma prática das ideias pela acção directa do assassínio e da imolação pela morte.
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Que livros andam a ler os líderes extremistas ? Que educação tiverem estes líderes? Com quem se aconselham? Que livros mandam destruir e quais os que deixam publicar?
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Ao senhor livreiro Hayawi. Às vítimas do terrorismo. Pela publicação livre.
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