domingo, maio 06, 2007

Teoria e prática


Convidado um criminalista para falar sobre a investigação portuguesa nos casos de desaparecimento de pessoas, na RTP 1. Única opinião absolutamente relevante que ouvi até esta altura, e durante todo este caso, cito de memória, e sem poder indicar o nome do especialista porque dele me esqueci: "É completamente ridícula essa regra que diz que só se deve iniciar as buscas de uma pessoa desaparecida depois de perfazer as quarenta e oito horas. Foram os teóricos em gabinete que a impuseram, não os operacionais que sabem quão importante são as primeiras horas para investigar e solucionar com sucesso estes casos."


Não sei quantas vezes é preciso os erros acumularem-se para alguém mudar as práticas e os protocolos. Quanto mais tempo? Bom, parece que com o desaparecimento da pequena Madeleine, por pressão da comunicação social, ou por lúcido entendimento das chefias policiais, a absurda regra das 48 horas foi quebrada. Por bem, espero que crie um precedente na prática criminal e se torne uma teoria que equilibre tudo o que é excessivamente forjado num sentido de planeamento alheado da realidade, com uma pronta resposta institucional que contudo não pode ser a do tempo emocional. Como encontrar o equilíbrio? No trabalho quotidianos de profissionais, responsabilizados.

Reprodução de um poster de Escher "Other World".

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