segunda-feira, junho 25, 2007

A aldeia e o mundo 2

Mas se pensarmos que todas as intervenções na cena internacional, no sentido de pressionar ou delimitar acções de estados nacionais considerados um perigo para a comunidade internacional, devem abster-se do uso da violência, remetendo para o trabalho dos negociadores toda a atenção e exigência, o que fazer no caso de ameaça indirecta? Isto é, não sancionada pela Carta das Nações Unidas ("Os membros da Organização dar-lhe-ão toda a assistência em qualquer acção que ela empreender em conformidade com a presente Carta e abster-se-ão de dar assistência a qualquer Estado contra o qual ela agir de modo preventivo ou coercitivo") ?
Como apoiar a democracia no Líbano, no mundo? Com palavras e com a força do exemplo. Não há outra forma que não seja uma forma leviana de compreender o fenómeno da vida humana individual. O problema está na descrença em que estagnaram as próprias comunidades que vivem em democracia, relativamente aos seus democráticos políticos. Na sua auto-representação de sujeitos indiferentes aos assuntos públicos, que se potencia em exemplos culturais e sociais mal explicados junto de sociedades que desconfiam de modelos ocidentais pouco valorizados, gera-se uma degradação do sentido do exemplo. A desconfiança gera indiferença, e esta dá lugar a vazios no discurso político a poderem ser aproveitados por oportunistas agressivos.
Se um líder ocidental, democrático, considera natural que se fechem artérias de uma grande capital para ele se passear, tal qual um nababo, algo está errado na percepção pessoal/social do fenómeno da democracia. Mas também me parece que enfatizar excessivamente esta questão, apontando os defeitos dos líderes e reclamando a existência para um conjunto de critérios que assinalam uma qualquer pureza na acção e na teoria reservada aos eleitos, poderá esconder propósitos pouco democráticos eles próprios. Paradoxo: Queremos viver segundo regras democráticas, mas tememos impor essas regras de forma determinante, pouco democrática.
Um líder não é democrático porque assim se afirma, mas é-o no registo quotidiano que fizer com as suas acções. E a democracia não pode ser o trampolim para o salto do tigre na sua jaula do circo. Mas o que poderá ela ser, sendo que brandir um livrinho na mão lembra a ditadura? Que exemplos poderemos dar que sejam universalmente desejados, e que dêem resposta às sociedades globais? Que argumentos podemos legitimamente apresentar para defender a democracia como o melhor dos regimes, até à data?

2 comentários:

Anónimo disse...

ACHU QUE DEVIA MANDAR SOLTAR UMA BOMBA NO LIBANO PARA PARAREM DE ENCHER O NOSO SACU

Anónimo disse...

ACORDA CAMBADA DE PORTUGUESADA !! CHEGA DE DURMIR JEGAIADA