Para contrabalançar a um momento de pessimismo profissional em excesso, e em riscos de cair num ciclo rebarbativo, procurei uma leitura que me distraísse completamente, fui ler, admito que num estado de enfado, as transcrições das escutas do caso Portucale publicadas pelo jornal O Sol. A náusea provocada pela leitura obrigou-me a tomar consciência do meu corpo que reclamava por ar fresco na cara, tamanha a impudência nos tratos dados aos assuntos públicos em mistura com os pequenos interesses de cada um dos agentes. Sempre é uma distracção para a consciência, o vento na cara.
Quando não servem para as investigações criminais, que quase sempre não servem, as transcrições servem ao menos para comprovarmos que a maior parte dos nossos governantes, ou aspirantes a sê-lo, não sabem falar português. O que nos devia levar a perguntar: quem serão as pessoas que lhes escrevem os discursos que, oficialmente, são enunciados por estas figuras em público? Que é como quem diz, quem é que anda a pensar por eles?
Olho a fotografia dos pequenos estudantes birmaneses. A beleza da imagem, a evocação preciosa de sentimentos bons que a imagem de uma criança a ler me provoca, não me aquieta todavia. Inquieta-me que crianças sejam monjes SEJA de que religião for, onde quer que seja. Já o estudo da religião, a catequese, é uma outra actividade diferente. Como desconheço os hábitos nacionais da Birmânia (Myanmar) admito má interpretação.
quinta-feira, outubro 11, 2007
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