quinta-feira, novembro 08, 2007

Alguns assassinos têm as obras todas de Nietzsche. Alguns não assassinos também as têm a todas. O que se pode concluir?

Prometi a mim mesma que iria alienar-me da realidade política e social portuguesa e partir para dentro de um livro qualquer à procura de ar. Quase que o consigo.



Ando sempre à procura de exemplos para explicar aos meus alunos como as ideias são das armas de destruição, quando não de opressão, mais poderosas que eu conheço, e ao mesmo tempo, são também as produtoras das mais inteligentes e sábias realidades humanas, e às vezes são as mesmas palavras a terem essa dupla função, o que aumenta a confusão. Mas de tanto saber que há por Nietzsche um tão frequente e mal orientado fascínio, já me custa estar sempre a renovar os meus exemplos de terrorismo ideológico à custa dos actos dos que se afirmam seus seguidores. É muito fácil. E começa a ser cada vez mais frequente a minha defesa do autor perante tantos ataques de insanidade perpretados em seu nome por todos os que o dizem ler e conhecer.
Sou eu a querer racionalizar a adesão intelectual, quando explico o perigo presente em algumas teorias, e os instigo, ao mesmo tempo, a conhecê-las e a fazerem essas adesões. É paradoxal.

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