Desta feita, na sexta-feira do “Olha, afinal houve greve mas nem assim tanta!” a fórmula com que este governo, tal como já outros antes dele, destratam a informação e as indicações dos seus cidadãos, ou na sexta-feira em que o ministério da educação, mais do que qualquer outro antes dele, andou a telefonar para as escolas procurando impedi-las de encerrarem por falta de contínuos, eu fiquei doente. Andei a navegar toda a sexta-feira entre tremores de frio e vagas de suores, e mais do que ligeiramente alheada da realidade circundante. Não furei uma greve mas passei-lhe ao lado. Não sei onde aprendi que as greves são para se cumprirem como uma missão. Eu que não respeito o sindicalismo português da nossa conjuntura. São destas coisas.
Bom, entre as obrigações familiares, o sono intermitente, e nas horas em que o sino electrónico lá do campanário da aldeia, que tanto atazanou os meus dias de descanso e que se mudara agora para dentro de mim, me deixava o cérebro em silêncio, lá consegui avançar mais umas páginas na biografia de Churchill. Espanto. Eu que ignorava quase tudo da vida do biografado, que não tinha tido até ao momento nenhuma afeição especial pela pessoa, e que historicamente não me era, como nenhuma outra figura política o é também, muito querida, entro no capítulo “O campo social”. Entro e espanto-me. O que até aí me parecia uma personalidade oportunista, excessivamente centrada no seu voluntarismo, ainda que inegavelmente trabalhadora, intuitiva e corajosa, revela-se uma personalidade determinada por uma ideia de justiça social completa e inovadora, numa tentativa de equilíbrio na procura de uma política entre a prática capitalista e a prática socialista.
Churchill revelou-se um político original. Não que não leia os académicos, e se prepare no sistema de ideias novo, até porque é-nos dito como ele se encontrou com o prof. William Beveridge que dedicava a sua vida ao estudo de reformas sociais (p.158), mas é original no sentido em que aproveita realmente os cargos políticos que ocupa para fazer mudar a realidade a partir de ideias de reforma social até então nunca testadas ou aplicadas. Leia-se: “O seu funcionário mais velho, Sir Edward Troup, recordou mais tarde:”Uma vez por semana, por vezes mais de uma vez por semana, o Sr. Churchill chegava ao Ministério trazendo com ele um projecto venturoso ou impossível; mas depois de meia hora de discussão tinha-se desenvolvido qualquer coisa que continuava a ser aventurosa, mas já não impossível.” (p.178)
Bom, entre as obrigações familiares, o sono intermitente, e nas horas em que o sino electrónico lá do campanário da aldeia, que tanto atazanou os meus dias de descanso e que se mudara agora para dentro de mim, me deixava o cérebro em silêncio, lá consegui avançar mais umas páginas na biografia de Churchill. Espanto. Eu que ignorava quase tudo da vida do biografado, que não tinha tido até ao momento nenhuma afeição especial pela pessoa, e que historicamente não me era, como nenhuma outra figura política o é também, muito querida, entro no capítulo “O campo social”. Entro e espanto-me. O que até aí me parecia uma personalidade oportunista, excessivamente centrada no seu voluntarismo, ainda que inegavelmente trabalhadora, intuitiva e corajosa, revela-se uma personalidade determinada por uma ideia de justiça social completa e inovadora, numa tentativa de equilíbrio na procura de uma política entre a prática capitalista e a prática socialista.
Churchill revelou-se um político original. Não que não leia os académicos, e se prepare no sistema de ideias novo, até porque é-nos dito como ele se encontrou com o prof. William Beveridge que dedicava a sua vida ao estudo de reformas sociais (p.158), mas é original no sentido em que aproveita realmente os cargos políticos que ocupa para fazer mudar a realidade a partir de ideias de reforma social até então nunca testadas ou aplicadas. Leia-se: “O seu funcionário mais velho, Sir Edward Troup, recordou mais tarde:”Uma vez por semana, por vezes mais de uma vez por semana, o Sr. Churchill chegava ao Ministério trazendo com ele um projecto venturoso ou impossível; mas depois de meia hora de discussão tinha-se desenvolvido qualquer coisa que continuava a ser aventurosa, mas já não impossível.” (p.178)
Sobre esta questão muito há a escrever ainda. Até porque é curioso como Churchill põe em causa estatutos e convenções económicas e sociais dominantes de uma forma aparentemente pacífica, mesmo contra a ideologia dominante e mesmo contra as teses de alguns dos seus melhores amigos, como John Morley que levara uma vida a estudar as questões sociais e concluira que nada se podia fazer para alterar o estado de coisas, no que à vida dos trabalhadores, dos pobres e dos desvalidos sociais dizia respeito.
Uma outra forma de reformar sem cair na revolução totalitária dos trabalhadores encontrou ele, revolução que ele intuiu ser inevitável a continuar-se a manutenção dessa absoleta e injusta ordem social e económica. As consequências de uma acção e de outra já conhecemos nós. Acredito que na altura estas reformas se parecessem demasiado com panaceias caseiras aos olhos de marxistas exigentes. E no entanto, a factura do futuro não iria ser a mesma para ambos os lados.
E estou a fazer batota, porque ainda não respondi a uma questão que ficou em aberto num outro post lá para trás, sobre quem tinham sido os autores de influência ideológica do Churchill, e como é que a experiência da guerra o forma numa perspectiva nova sobre a sociedade. E também porque já tendo terminado a leitura do livro de Delpech, era deste livro que devia estar aqui a escrever. Está a marinar, digo eu como eufemismo para o acto de preguiça.
E estou a fazer batota, porque ainda não respondi a uma questão que ficou em aberto num outro post lá para trás, sobre quem tinham sido os autores de influência ideológica do Churchill, e como é que a experiência da guerra o forma numa perspectiva nova sobre a sociedade. E também porque já tendo terminado a leitura do livro de Delpech, era deste livro que devia estar aqui a escrever. Está a marinar, digo eu como eufemismo para o acto de preguiça.
1 comentário:
A todos os que demonstraram interesse pela campanha do Dia dos Direitos Humanos, no post de hoje do blog poderão encontrar mais detalhes sobre o tema.
Conto convosco!
Obrigado.
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