terça-feira, março 04, 2008

Imprensa dura para com Hillary Clinton mais do que por ninguém?

Soube, via Jornal Sol, que Hillary Clinton esteve presente no programa Daily Show. Fui ver o vídeo e escolhi a parte 2 da sua intervenção. Primeiro porque é nessa parte que Jon Stewart fala sobre o papel dos Media nesta campanha (haverá ou não uma intervenção contra a campanha de Clinton?), assunto que teremos que seguir com atenção, até porque o que daí se possa vir a transmutar para a realidade portuguesa, e depois, em segundo lugar, porque a senadora Clinton referencia a raridade do país e do partido que nos Estados Unidos permitem que duas figuras históricas disputem as eleições para o lugar mais importante da vida pública americana. É interessante.
Quanto à intervenção dos Media na sua campanha, enquanto apontamento negativo, parece ser um dado adquirido, até porque há constantes alusões ao tema. Veja-se o caso da entrevista no programa 60 Minutes.
Por outro lado, mesmo as entrevistas que lhe são feitas algumas são muito fracas. Por exemplo, eu achei a condução da entrevista da senadora por Katie Kouric uma desgraça: centrada nas reacções da candidata a uma possível perda (na emoção) e não nas suas ideias e projectos. Era a candidata que tinha que dar lições sobre o empenho de uma liderança, sobre a inevitabilidade de um percurso de campanha difícil mas que não o era nem mais nem menos se ela fosse um homem, e que não é mais fácil nem mais difícil para uma mulher exercer. Não sei se estas entrevistas não partem já com preconceitos sobre o género, mesmo se feitas por mulheres.
E depois perguntar-lhe: "Você gosta de Barack Obama?", sendo que a obriga a uma resposta que dura longos segundos em defesa do carácter e em nome da sua amizade por ele, um adversário, ao invés de estar a falar sobre o seu bem preparado projecto de liderança e sobre as suas causas: saúde pública, ambiente, economia, guerra e relações internacionais.
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Sobre a Obamania há hoje um artigo excepcional no DN de João Miguel Tavares: "UM OBAMA À PORTUGUESA PARA A MESA CINCO".

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