Séculos de discussão filosófica sobre o tema da (in)existência de uma natureza humana. Mais séculos virão que continuarão a desenvolver o problema. E no entanto há uma compreensão relativamente absoluta quando nos dizem coisas como: "Darfur - Our common humanity demands an urgent response."
Relativamente absoluta porque não deixa de ser uma perspectiva, relativa, sobre uma questão de direitos humanos, questão civilizacional, e absoluta por vontade política e social. A absoluta escolha de uma forma de vida no planeta e que passa pela defesa dos direitos e da necessidade de proteger o povo de Darfur.
Curioso o apontamento que nos dá conta que "The recent joint statement on Darfur from Senators Clinton, McCain, and Obama was historic—the first time since World War II that presidential rivals have come together on a foreign policy issue." Save Darfur Coalition
O que quererá dizer na prática que os concorrentes à presidência americana têm a mesma posição acerca do Darfur? Quanto tempo será o tempo deles de agir, diferido em relação ao tempo necessário para uma efectiva acção?
E quem atende aos outros fogos sociais no mundo?
E a questão da nossa criminalidade ou da pequena e generalizada traficância de valores? Acredito na hipótese social de inclusão dos delinquentes que habitam na minha comunidade ou considero--a uma irrecuperável forma de perdermos socialmente tempo e de gastarmos erário público com essas tentativas? Até que ponto estou disposta a considerar a má educação, a arrogância alarve, ou a agressividade um valor existencial da contemporânea natureza humana? É tão mais cómodo falar dos habitantes do Darfur e encontrar uma solução política/social do que daqueles habitantes portugueses que nos nossos bairros pululam encostados com o rabo nas paredes e encostando a família ao abono.
Sem pensar na cama de rede da ideologia social, e mesmo da assistência social, quem, na verdade, gosta do lugar social que ocupam? Se não fossem as ideias, às vezes como tudo seria mais difícil em política.
O meu filho leu em voz alta, "Olhei à volta e não vi nada. Nada de nada. Nadinha de nada." de um livro de Geronimo Stilton. Eu muitas vezes também fico assim, sem ver nadinha.. Ainda hoje.
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