sexta-feira, setembro 19, 2008

"epiniões" quem as não tem?

Texto curioso este sobre o fenómeno das "epiniões" - as opiniões divulgadas on-line por um conjunto alargado de pessoas que não são críticos profissioanais.
O trabalho A Comparative Study:Does the Word -of-mouth Communications and Opinion Leadership Model Fit Epinions on the Internet? de Yan Jin, Peter Bloch e Glen T. Cameron, procura identificar os dois tipos de "epiniões":1. As pagas e 2. As gratuítas.
Explora ainda os motivos que levam as pessoas a emitir opiniões na internet, sendo que uma das causas assenta na ideia de que os seres humanos têm uma tendência básica para prestar ajuda a outrem sobre matéria em que nos julguemos especialistas (John Shuler, Psychology of Cyberspace).
Veja-se como é que isto mina a teoria neo-conservadora centrada na ideia de auto-suficiência dos mais aptos. Claro que também não se escamoteia a hipótese de muitos dos supostos especialistas nada mais desejarem do que sentir a sensação de poder que consiste em dar opinião a outrem.
Esta linha de interpretação escapa às directivas da investigação clássica sobre a questão das influências, que, desde Lazarsfeld e Katz, assentam na aplicação de testes sociométricos e entrevistas, mais do que no escrutínio das intenções/motivações do sujeito que emite opinião. Penso eu que também estes autores não problematizaram a questão do "Speaker`s Corner ", que, nesta era digital ganha em quantidade, quer de participação quer de multiplicação de discursos que não são pedidos necessariamente por ninguém (ou serão, quando se faz uma busca por termo?).

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