Os jogadores passavam pelo buraco 9, e muitas pessoas aguardavam na bancada que a equipa final, a que ia na frente até ao momento, passasse por ali para a continuar a seguir até ao buraco 18. Estava vento, mas era um dia luminoso. O Ministro da Economia também lá estava, junto do Presidente da Federação Portuguesa de golfe, e de pé, junto do carrinho utilizado para o transportar, observava os movimentos dos atletas como toda uma multidão, maioritariamente de nacionalidade inglesa. Mas também havia muitos portugueses, felizmente, que acompanhavam a prova "Portugal masters".
Obviamente que é uma ideia errada que o golfe seja para gente rica, o golfe é para quem gosta de desportos praticados ao ar livre, e se há campos de golfe que são estupidamente caros e esses sim são para gente com posses, também os há acessíveis e muito bonitos. Na verdade devia haver em Portugal campos públicos, algo que nos países onde a modalidade é mais praticada existe, claro. Mas adiante.
Obviamente que é uma ideia errada que o golfe seja para gente rica, o golfe é para quem gosta de desportos praticados ao ar livre, e se há campos de golfe que são estupidamente caros e esses sim são para gente com posses, também os há acessíveis e muito bonitos. Na verdade devia haver em Portugal campos públicos, algo que nos países onde a modalidade é mais praticada existe, claro. Mas adiante.
Ao reparar no Ministro perguntei-me porque razão o senhor, que não é propriamente um homem idoso, nem me pareceu debilitado de saúde, não acompanhava a competição a andar a pé como todos os outros espectadores, num exercício de cidadania? Para mais sendo ele um praticante deste desporto.
Incomoda-me profundamente que os titulares de cargos políticos portugueses façam mau uso do seu poder e da sua visibilidade. Que tipo de exemplo é aquele? Sendo, é verdade, que a maioria das pessoas o ignorava olimpicamente, não passando de uma mancha que ocupava um certo lugar no ângulo da visão periférica dos súbditos de Sua Magestade, a rainha de Inglatera. Mas eu, portuguesa, acompanhada da família, gostava que neste, como noutros casos, os ministros adequassem a suas manifestações públicas aos interesses públicos. Não é inveja do senhor, pois se ele fosse o zé das petingas bem que se podia passear de carrinho se isso o fizesse feliz e não perturbasse os direitos de ninguém, mas ele não é o Zé das petingas, estava ali em exercício de um cargo público, foi eleito com o voto popular, para procurar, entre outras coisas, fazer com que o exercício do seu dever não seja um desfile de vaidade: "Olhem para mim, aqui paradinho junto do buraco 9, ao qual cheguei no meu carrinho...olhem para o sô ministro!"
A verdade é que é típico de certas pessoas comportarem-se como reizinhos do regime absolutista, pois eu recordo-me como o ministro da justiça Laborinho Lúcio, em funções, e acabado de sair de uma conferência da Gulbenkian, permitiu que o seu motorista praticasse uma manobra ilegal, e perigosa, a meio da AV. da Berna. Só com estupor os podemos ver a ter semelhantes atitudes de imaturidade cívica.
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E não é que o dia estava lindo, a competição foi renhida, e o campo cheio de gente simpática e feliz que aplaudiu com entusiasmo a vitória do espanhol, como se fora um português a ganhar? Lindo.
E não é que o dia estava lindo, a competição foi renhida, e o campo cheio de gente simpática e feliz que aplaudiu com entusiasmo a vitória do espanhol, como se fora um português a ganhar? Lindo.
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