terça-feira, outubro 14, 2008

Isto, aquilo e aqueloutro , com atenção e um "arrepio na espinha"

Isto
"Ainda no seu último número a Visão informava que 14 das 20 maiores empresas portuguesas cotadas em bolsa têm antigos governantes nos lugares mais elevados de decisão. Tal deve-se certamente à leveza do Estado e à sua reconhecida competência na formação de gestores de topo. José Sócrates tem talento para a liderança, mas é um homem perigoso quando se deixa levar pelos encantos do poder. Ele preside a um dos governos mais controladores de que há memória em Portugal, com pouquíssimo respeito pelo papel de vigilância da comunicação social e uma armada de assessores com grande inclinação para a propaganda. Ouvi-lo louvar o papel do Estado e reclamar maior intervenção para si próprio causa suores frios e arrepios na espinha. Muito pior do que a mão invisível do mercado a afundar a bolsa seria a mão bem visível do Estado a sair do bolso. Caro "El Comandante": se é esta a sua cura, mais vale continuar doente."
A CHEGADA DE 'EL COMANDANTE' SÓCRATES de João Miguel Tavares in DN
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Aquilo
"Há duas décadas havia evidência concreta que Portugal não tinha nem a regulação adequada nem o bom senso para aplicar medidas que evitassem investimento jogador e ganancioso com dinheiro público. Não só não havia prudência como não havia vontade política de impor salvaguardas prudenciais. O populismo sempre se sobrepôs ao bom senso. Em Março de 1999 um governante veio a público anunciar aos portugueses endividados que o Governo tinha uma lei para equiparar as falências das famílias às falências das empresas, portanto com as mesmas garantias patrimoniais na administração de massas falidas. Traduzido, o que isso dizia era: comprem o carro, a playstation e as férias em Punta Cana com o cartão, porque quando não puderem pagar o governo dá uma ajudinha. Isto aconteceu há uma década e arauto deste maná era Ministro-adjunto no Governo de António Guterres e chamava-se José Sócrates. É bizarro e preocupante que estes actores do passado e do presente, acolitados por executivos de uma banca em dificuldades, nos venham de hora a hora dizer que está tudo bem. Não está. Deviam dizer-nos para deitar fora o cartão de crédito. Deviam obrigar os anúncios do Credito na Hora a ser exaustivos na explicação do que oferecem. Deviam sugerir que muitos de nós não temos dinheiro para ter nem plasma nem carro. Que, de facto, já não temos casa. Que temos que fazer opções entre aceitar o canto dos prestamistas que, com ou sem fraque, nos virão cobrar, e fazer economias para a educação dos nossos filhos, porque só essa nos pode garantir algo de sólido no futuro. E isso não vem com computadores à borla e "garantias" de segurança de quem nunca as assegurou. "
Mário Crespo, A valsa in JN
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Aqueloutro
"Todavia, não é a ONU que mais precisa de ser convidada a mudar para enfrentar os novos desafios da ameaçadora conjuntura mundial. É a atitude dos Estados membros, sobretudo dos que reservaram os privilégios correspondentes à hierarquia do poder, que tem de reflectir a realidade mundial que lhes reformulou as capacidades efectivas; é a atitude dos restantes Estados, ainda geralmente orientados pelo conceito da soberania absoluta que não poderão sustentar, que precisa de ser esclarecida; são os poderes fátcicos dominantes, especialmente os poderes financeiros em crise e os poderes da comunicação social sem regulação mundial, que necessitam códigos de boa conduta."
A MUDANÇA Adriano Moreira in Dn

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