Eu já aqui escrevi, mas preciso de repetir de mim para mim estas palavras: podemos admirar o discurso (e a acção) de líderes políticos mundiais que não se renderam à retórica da defesa do uso do poder ideológico totalitário (os EUA saíram de um ciclo discursivo e conceptual do tipo autocracia interna e unilateralismo externo), que, em alguns países latinos e europeus se traduziu numa variável um tom abaixo, e que é o discurso de líderes "machos", mesmo sendo mulheres a desempenharem cargos.
É o fascínio pelo agente que faz a política de voz grossa, do respeitinho, do não contradigas o chefe que o enervas. E isto numa democracia, em tempos que devíamos estar a usá-la para saber como alargar a influência da sabedoria e do conhecimento humano para melhorar a vida dos cidadãos de forma participada.
Há quem tenha tradições de liberdade para se refazer, nós temos que ir buscar a nossa.
De volta a este meu lugar.
Aprendi duas coisas enquanto estive ausente: 1. O meu trabalho de investigação começa a cruzar-se cada vez com os interesses que estes monólogos interiores de algum modo aqui vão deixando algum sinal; 2. ao contrário do que pensava, sei que quando tiver que responder pela acção a cumprir os princípios que me formaram como pessoa, eu estarei lá com entusiasmo e não me refugio nos livros.
Sabia que não era cobarde, sabia que sempre me foi fácil ir embora dos sítios onde não me encontrava bem, sem condescendências a não ser com a da estrita observância dos meus compromissos, só não sabia quanto medo eu tinha na certa, e se calhar ainda não sei de todo. Mas tenho-o encarado de frente, e não morri.
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