"Lopes da Mota, o procurador-geral adjunto que preside actualmente ao Eurojust, fez já várias declarações públicas repudiando as suspeitas de que terá pressionado os responsáveis pelo inquérito, mas os dois procuradores, Paes Faria e Vitor Magalhães, reiteraram a ideia que nas conversas mantidas entre os três era claro o objectivo de os induzir ao arquivamento do processo na parte respeitante ao primeiro-ministro, José Sócrates, deixando pairar a ideia de que, não o fazendo, poderiam estar a comprometer o desenvolvimento futuro das suas carreiras." In Público
É nestas alturas que eu espero que a tão proclamada característica dos portugueses em não se deixarem governar, como muitos querem crer, por ouvir dizer a outros tantos, se torne de facto verdade (coitados, como se nós não nos deixássemos de facto de governar desde sempre por tantos e tão maus governantes!). Se não tivesse sido uma mão cheia de capitães e ainda hoje a sociedade civil portuguesa e a sua belíssima auto proclamada elite estariam modorrados sob a batuta de uma qualquer figura paternalista que convocasse razões do Estado para governar as terras lusas sem democracia.
Espero que não se deixem governar os jornalistas que sussurram que nunca tiveram os telefones a tocar nas redacções como nesta legislatura (e se eles tocaram sempre, por vontade de todos os passeantes pelo poder!), os magistrados que ameaçam que contam publicamente o que se passa, escudados nas boas relações sociais que os protegem (até agora!), os militares que sussurram sobre a falta de escrúpulos deste assalto de alguns cleptocratas ao poder. Os desafortunados do interior que viram escolas e hospitais a serem fechados abruptamente em nome de critérios científicos que esconderam a real ideia de poupança nos gastos. Os funcionários públicos que foram identificados como inimigos da grande ideia de progresso, e de entre eles, os mais ridicularizados, os professores. Que não se deixem governar por esta ou outra gente que igualmente use o poder para se promover e aos amigalhaços, que use rídiculos tons de voz de comando e se faça promover à custa do povo desta nação.
Resistência civil em defesa da democracia parlamentar e representativa, em nome de novas leis eleitorais e reforma do sistema político, e contra todas as maiorias absolutas venham elas da esquerda ou da direita, por parte de todos os que lêem as leis deste país e ficam estupefactos com muito mais do que com a perda de poderes do Presidente, mas sim com a perda real dos poderes dos cidadãos (também dirá ele que são interesses corporativos os que defende, e não de luta pela soberania e pelo futuro da ideia de Portugal os que agora o Presidente invoca para a questão dos Açores? E as outras más leis que pacificamente assinou, podem ser esquecidas?)
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