Ficamos a saber hoje, mais uma vez, que o processo de adopção em Portugal continua tão lento quanto antes. Anos são tomados. A nova lei da adopção não acelerou o processo.
No jornal “Expresso” deste sábado são-nos descritas situações de aflitiva incúria nas decisões dos magistrados que têm de proferir sentenças relativas ao destino das crianças, tormentosos desleixos no processo judicial, e o tempo imenso que todas as decisões administrativas e judiciais envolvem.
Penso na história de um magistrado brasileiro que ouvi contar num qualquer programa do GNT, há uns dois anos. Contava ele que sempre que lhe aparecia uma criança que era preciso afastar do ambiente familiar, ou que necessitava de ser retirada da rua, encaminhava-a imediatamente para uma família de acolhimento. Ao princípio ele tinha começado por escolher famílias do seu círculo social, mas depois foi-se criando uma rede, e ele tinha uma lista de telefones de famílias preparadas para receber crianças que utilizava sempre que necessitava. Dizia ele que a percentagem de adopções por parte das famílias de acolhimento era muito elevada.
Como é óbvio não sei comentar as dificuldades jurídicas, técnicas e logísticas de um processo destes vir a ser adoptado em Portugal. Desconheço se a lei permite este tipo de iniciativas. Mas sei que nada impedirá um magistrado ou um técnico da segurança social de conhecer melhor, logo de decidir melhor, todos os meios disponíveis no quadro da lei para oferecer a uma criança a estima dos que a devem cuidar. É assim tão difícil?
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