Leonardo da Vinci, "A última ceia"1498. Fresco, 460 x 880 cm (15 x 29 ft). Convento de Santa Maria delle Grazie (Refeitório), Milão.
Bacoco o sentimento de que tudo o que vem do estrangeiro é automaticamente portador da aureola da excelência. Bacoco pelo que representa de falta de conhecimento, de orgulho e de amor-próprio, e não pelo acto de considerar e evidenciar o que se faz bem onde quer que seja no mundo, claro. É o que eu vou procurar fazer, bacocamente. Vem isto a propósito do documentário apresentado por Tony Robinson intitulado “O verdadeiro código Da Vinci”. Ali tivemos a pessoa que encarnou a inesquecível personagem “Baldrik” a procurar, com humor mas sem descurar por um minuto o rigor da investigação, por uma verdade. Neste caso a verdade sobre a legitimidade das teses do "Código da Vinci", sobretudo por o seu autor, Dan Brown , assumir publicamente que há na sua ficção muitos elementos históricos.
Investigou-se então nos documentos históricos, procurou-se os factos, olhou-se para eles com espírito crítico, sem arrogância intelectual ou vontade de humilhar outrem pelas suas posições diferentes, procurou-se ouvir e respeitar a autoridade dos que deram provas de trabalho e conhecimentos profundos nas suas áreas de conhecimento, e depois tomou-se uma decisão. Boa forma de se apresentar um documentário sob o signo da verdade.
2 comentários:
Cara Isabel
Concordo inteiramente com o seu comentário. Curiosamente no dia anterior vi o Filme. Nunca li o livro. Veremos o que a espiritualidade New Age irá criar. Uma coisa é certa: os cristãos não valem pela instituição mas pela santidade. Esta é raríssima e não depende de nós.
Caríssimo professor,
como está? Que surpresa boa dar-me a saber de si. Eu fui sua aluna.
Estimo as suas palavras, estimo por me ler, e envergonho-me também, porque não é fácil substancializarmos a figura do nosso/a leitor/a e ficarmos indiferentes. Eu fico suspensa,bom mas continuo tagarela.
Ambíguos sentimentos estes da parte de quem tem ainda mais sentimentos ambíguos relativamente
à santidade, da qual quase nada sei ou intuo. Nesse tema fico à porta, não sei o que pensar ou o que sentir. E também não fui tocada pela graça de viver sem dúvidas, de crer.
Não se recordará certamente, mas já então o professor procurava esclarecer-me, sem procurar convencer-me,que o papel que eu dava à faculdade racional estaria a encerrar-me numa dimensão da qual dificilmente me libertaria para pensar, por exemplo, a transcendência.
Poderia agora chamar aqui Apel ou Habermas, e reclamar contra Horkheimer de que não é pretencioso "salvar um sentido absoluto sem Deus", mas não
o farei, porque não posso fingir que sei do que se fala quando se fala do sentido absoluto.
obrigada.
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