quarta-feira, maio 03, 2006

Como se pode participar em decisões políticas com resultados a médio prazo

“Former U.S. Senator Paul Simon said of the tragic 1994 genocide in Rwanda: "If every member of the House and Senate had received 100 letters from people back home saying we have to do something about Rwanda, when the crisis was first developing, then I think the response would have been different."
E-mail vindo da parte de David Rubenstein da coligação “save Darfur”.
Porque o nosso interesse faz afinal alguma diferença entre uma acção de protecção de civis e uma de cautelosa análise da situação. http://www.savedarfur.org
Sem poder agora desenvolver esta questão, chamo no entanto a atenção para um dos factores que o filósofo/sociólogo Jürgen Habermas reclama como sendo causa do afastamento da intervenção política dos cidadãos. O autor avança com a explicação de que é por não haver por parte do cidadão uma percepção clara de que a sua intervenção numa associação, numa manifestação, num comício ou num grupo de trabalho partidário, venha a ter alguma consequência visível a médio-curto prazo, que se dá a transformação da sua expectativa, ou entusiasmo em participar nas actividades políticas, em descrença e depois em desistência. Ele explica este fenómeno como sendo um problema relacionado com o processo de comunicação de massas: há dificuldade por parte do indíviduo em responder a um problema de forma imediata e em verificar mais tarde os resultados da sua intervenção.
O livro, célebre, foi escrito em 1962. É o Espaço Público. Há uma tradução brasileira, francesa, inglesa e castelhana.
Claro que hoje em dia a internet veio alterar o conceito de participação política e espaço público de um modo que ainda só agora começa a ser pensado. Veja-se a propósito o texto do antropólogo Thomas Hylland Eriksen "Laws of mediaThe Internet, the "laws of media" and identity politics" em http://folk.uio.no/geirthe/Tetrads.html

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