segunda-feira, outubro 09, 2006

Falar de dinheiro

Porque é preciso falar de dinheiro, de como ganhá-lo, mas sobretudo como planear as finanças e investir, para saber gastá-lo, é que eu penso que o artigo de Helena Garrido hoje no "diário de Notícias" é fundamental.
Nos programas americanos de grande audiência, e que passam em Portugal como o "dr. Phil" ou "Oprah", já vi dedicarem ao tema da planificação económica das famílias quase uma hora inteira. Daquela maneira prática americana, embora muito superficial e com o recurso narrativo do tipo "agora nós vamos resolver-lhe o seu problema desde já, é só começar a ler este livro", a vida económica das famílias que pedem ajuda é escrutinada e depois é-lhes sugerido um plano estrito para as ajudar a saldar as divídas em que estão submersas.
Todos sabem da importância social que representa o endividamento das famílias e por isso procuram mudar atitudes, influenciar positivamente um comportamento mais racional com o consumo.
A taxa de divórcios a aumentar, o baixar das possibilidades de pagar uma boa educação aos filhos, o prenúncio de uma velhice com dificuldades financeiras, são problemas reais com que as pessoas lidam. É preciso estimulá-las a defenderem-se de uma instituição agressiva e que induz ao consumo como é a banca, fornecendo um modelo de vida mais estimulante do que viver acima das reais possibilidades económicas da sua família.
É bom que em Portugal se fale destas questões o mais pragmaticamente possível. Se fale de como distribuir dinheiro, de como pagar divídas, ajudando as pessoas a livrarem-se desse peso que carregam até à próxima geração.
É triste porque o dinheiro chegou tarde e já não é muito, e é bom gastá-lo, mas é preciso dizer o que os nossos antepassados sabiam, viver de aparências destrói o próprio indivíduo pelo esforço sem sentido em que está envolvido.
Seria bom também que o mercado de aluguer de habitação se equilibrasse finalmente, porque até agora os senhorios estão em pânico com o aumento desproporcionado do IMI e há uma grande maioria que prefere não adoptar a nova lei das rendas, para já, o que deixa muitas famílias sem opções a não ser a de comprar casa ou alugar por preço exorbitante.

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