A Igreja, com mais de dois milénios de existência, ainda não sabe como dizer aos seus sacerdotes que não é no barulho e no discurso apopléctico em certas homilias numa missa que melhor se poderá defender uma sua posição? Não serão a ira e a soberba dos que mais se apresentam como inquestionáveis seguidores de Jesus menos boas conselheiras que a serenidade e a firmeza da suas posições? Quem os ouve, e não abandona a missa na igreja onde entrou, não encolherá os ombros pela falta de senso, e não lamenta a falta de postura de recolhimento e reflexão que a questão provoca em todos? E não lhes dirá que as suas palavras não devem atravessar os assuntos que são de César e cuidar atentamente das que admitem ser as de Deus?
Há uma grande confusão na cabeça de alguns sacerdotes que mais parecem vigilantes da virtude que amáveis guardiães. Quem querem aqueles que entre na sua igreja? Imaculadas criaturas registadas no livro do deve e haver do senhor prior? E quem são elas e como sabem eles que elas o são? Há tantas certezas. E no entanto há tanta miséria mesmo se com essas certezas. Também sentirão este paradoxo? Sofrerão por ele? Saberão até onde se poderá estender o seu braço e até onde deve ir o braço da política?
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