terça-feira, março 20, 2007

4 anos 4

Happy Fourth Birthday, Iraq War! via Wonkette.


"(...) Quanto a nós, começamos por ingressar na procissão das velas com a GNR e muitos jornalistas e comentadores no desfile. Agora apagam-se as luzes e encerramos a embaixada em Bagdad. Em tudo um despropósito e uma desmedida, próprios da periferia cultural.

Porém, não me associo aos festejos actuais dos que firmemente e civicamente se opuseram à guerra, protestaram pelo escárnio ao direito internacional, preveniram contra a falta de provas sobre a existência de armas de destruição maciça.Louvo-os mesmo pela clarividência, apego aos princípios de uma sã convivência internacional, capacidade de testemunho em sociedades de pensamento unificado, mas hoje as minhas preocupações voltam-se para outro lado.

E não me associo, porque desde o 11 de Setembro de 2001 que tenho a noção de que os EUA estão sujeitos a uma guerra de usura, à qual estão a responder sem critério nem racionalidade. A primeira reacção norte-americana aos ataques do 11 de Setembro ainda foi racional e dentro do mais escrupuloso respeito pelo direito internacional: legítima defesa, resoluções do Conselho de Segurança e intervenção no Afeganistão ao abrigo de um mandato da ONU. Mas a invasão do Iraque em Março de 2003 foi em tudo o contrário desse princípio de luta contra o terrorismo internacional. Cumulativamente, os quatro anos de ocupação militar do Iraque colocam os EUA à mercê de uma guerra de usura onde nem a vitória, mais do que improvável, terminaria com ela. Tanto assim é que, no preciso momento em que Bush, já com uma maioria do Partido Democrático no Congresso, decidiu enviar mais de 20 mil homens para Bagdad, é de Teerão que vem o novo desafio que prolonga essa guerra de usura."

"Da cimeira à rocha tarpeia", José Medeiros Ferreira em DN

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