No vídeo de G. Lakoff que editei na última terça-feira ficamos a saber como é que um cognitivista linguístico (um filósofo que estuda como é que a linguagem pode modelar o comportamento individual e social) vê o uso das metáforas quer por parte dos Conservadores (maioritariamente votantes nos Republicanos) quer por parte dos Liberais (os que frequentemente sufragam os Democratas), e isto relativamente aos valores defendidos no que ao conceito de família diz respeito ( e desde logo da nação) nos Estados Unidos.
Assim, os Republicanos tomam para si a defesa do conceito de família segundo valores assentes numa moralidade estrita, segundo uma ordem moral assente na disciplina e no auto controlo orientado para assumir que a autoridade equivale ao poder, à legitimidade de governar, centralizada na figura dominadora do pai de família. Os Democratas tenderiam a adoptar a metáfora familiar como a de um parentesco protector, no qual o pai e a mãe interviriam em igualdade de importância como agentes para cuidar e ensinar os descendentes a confiarem, a cooperarem e a contribuírem para o progresso social da sua comunidade.
Ora, Lakoff sabe que todos nós somos enquadrados desde que nascemos por estes dois sistemas de valores, que cada um de nós identifica estas duas formas de moralidade sendo que estas muitas vezes coexistem no mesmo indivíduo. O que faz com que, segundo o autor, estes valores sejam imediatamente reconhecidos por todos os votantes, que permitem uma adesão emocional a pessoas cujas teses, ideologias ou posições nunca seriam aceites, se não fossem enquadradas por esses valores. Dá-nos como exemplo Ronald Reagan. Sabendo-se que a maior parte dos americanos era contra a suas posições políticas, não concordado com elas, mesmo assim continuava a votar no indivíduo que se apresentava como o defensor dos valores de família nos quais quase todos os americanos se reconheciam, ou gostavam de se reconhecer. E será nesta moldura valorativa que se condicionam os comportamentos. Rapidamente os Conservadores o aprenderam e aperceberam-se da necessidade de divulgar essas ideias (só Think Tank conservadores há 48, diz o autor), numa alargada e profunda operação intelectual a favor da ideia de governo assente na iniciativa privada por oposição à ideia de governar procurando o bem-comum, a promoção da ideia de que as empresas privadas são melhores a fazerem o mesmo trabalho do que qualquer sector do Estado.
Se as pessoas compreenderem a realidade segundo uma ou outra das perspectivas morais, segundo as duas mesmo, frequente e paradoxalmente, é certo que para Lakoff teremos uma maior compreensão do que elas estão honestamente dispostas a escolher e a decidir.
Alguns acórdãos sobre direito familiar em Portugal, o tom e o modo de cesarzito de província usado por alguns governantes, a desresponsabilização perante o nosso papel de fiscalizadores do processo democrático, a lassidão no que à exigência e ao rigor no serviço ao público que os elegeu diz respeito, tudo isto corresponde a que tipo de valores familiares que enquadra a nossa acção?
Como entendemos nós que fomos amados em crianças e como entendemos nós que devemos amar as nossas crianças? Tendemos para o modelo do pai severo ou da família cooperativa?
Assim, os Republicanos tomam para si a defesa do conceito de família segundo valores assentes numa moralidade estrita, segundo uma ordem moral assente na disciplina e no auto controlo orientado para assumir que a autoridade equivale ao poder, à legitimidade de governar, centralizada na figura dominadora do pai de família. Os Democratas tenderiam a adoptar a metáfora familiar como a de um parentesco protector, no qual o pai e a mãe interviriam em igualdade de importância como agentes para cuidar e ensinar os descendentes a confiarem, a cooperarem e a contribuírem para o progresso social da sua comunidade.
Ora, Lakoff sabe que todos nós somos enquadrados desde que nascemos por estes dois sistemas de valores, que cada um de nós identifica estas duas formas de moralidade sendo que estas muitas vezes coexistem no mesmo indivíduo. O que faz com que, segundo o autor, estes valores sejam imediatamente reconhecidos por todos os votantes, que permitem uma adesão emocional a pessoas cujas teses, ideologias ou posições nunca seriam aceites, se não fossem enquadradas por esses valores. Dá-nos como exemplo Ronald Reagan. Sabendo-se que a maior parte dos americanos era contra a suas posições políticas, não concordado com elas, mesmo assim continuava a votar no indivíduo que se apresentava como o defensor dos valores de família nos quais quase todos os americanos se reconheciam, ou gostavam de se reconhecer. E será nesta moldura valorativa que se condicionam os comportamentos. Rapidamente os Conservadores o aprenderam e aperceberam-se da necessidade de divulgar essas ideias (só Think Tank conservadores há 48, diz o autor), numa alargada e profunda operação intelectual a favor da ideia de governo assente na iniciativa privada por oposição à ideia de governar procurando o bem-comum, a promoção da ideia de que as empresas privadas são melhores a fazerem o mesmo trabalho do que qualquer sector do Estado.
Se as pessoas compreenderem a realidade segundo uma ou outra das perspectivas morais, segundo as duas mesmo, frequente e paradoxalmente, é certo que para Lakoff teremos uma maior compreensão do que elas estão honestamente dispostas a escolher e a decidir.
Alguns acórdãos sobre direito familiar em Portugal, o tom e o modo de cesarzito de província usado por alguns governantes, a desresponsabilização perante o nosso papel de fiscalizadores do processo democrático, a lassidão no que à exigência e ao rigor no serviço ao público que os elegeu diz respeito, tudo isto corresponde a que tipo de valores familiares que enquadra a nossa acção?
Como entendemos nós que fomos amados em crianças e como entendemos nós que devemos amar as nossas crianças? Tendemos para o modelo do pai severo ou da família cooperativa?
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