quarta-feira, agosto 15, 2007

Este povo português

"Os contemporâneos de Torga eram: Aquilino, Tomaz de Figueiredo, Jorge de Sena, Nemésio, Pessoa, Pascoaes, Miguéis, Almada, Raul Brandão, João de Araújo Correia, Ferreira de Castro, Régio, Casais Monteiro, Gaspar Simões, Branquinho da Fonseca, Domingos Monteiro, José Gomes Ferreira, Armindo Rodrigues, Eugénio de Andrade, Sophia, Redol, Carlos de Oliveira, Manuel da Fonseca, Irene Lisboa, Maria Judite de Carvalho, Abelaira, Mário Dionísio, Namora, José Cardoso Pires. Foram estes que, em diversos momentos, reafirmaram o perfil da pátria medular e cívica."

Baptista-Bastos, "TORGA: ESQUECIDO E PRESENTE" no DN

4 comentários:

Anónimo disse...

E citando Torga:"...o meu partido é o mapa de Portugal..."

Rebate

Minha terra,
Meu povo,
Que sempre vos amei,
Que sempre vos cantei,
E que nunca jurei
O vosso nome em vão.

Minha terra,
Meu povo,
Dizei-me nesta hora de agonia
Que essa fidelidade
Desafia
Quem à sombra da noite e à luz do dia
Negue no mundo a vossa eternidade.
Diário XII, p. 180

«Começo a caber na pátria. Já não olho a fronteira com a inquietação de outrora. O corpo e o espírito vão-se acostumando à ideia de que os sete palmos nacionais de terra chegam perfeitamente para consumar um destino humano.»
Diário XIII, p.118.

Anónimo disse...

Miguel Torga

Começo

Magoei os pés no chão onde nasci.
Cilícios de raivosa hostilidade
Abriram golpes na fragilidade
De criatura
Que não pude deixar de ser um dia.
Com lágrimas de pasmo e de amargura
Paguei à terra o pão que lhe pedia.

Comprei a consciência de que sou
Homem de trocas com a natureza.
Fera sentada à mesa
Depois de ter escoado o coração
Na incerteza
De comer o suor que semeou,
Varejou,
E, dobrada de lírica tristeza,
Carregou.

Anónimo disse...

Comunicado

Na frente ocidental nada de novo.
O povo
Continua a resistir.
Sem ninguém que lhe valha,
Geme e trabalha
Até cair.
-Miguel Torga-

Porque Miguel Torga representa a genuinidade da alma profunda portuguesa;
porque ele cantou as nossas raízes;
porque nos mostrou a beleza deste país e deste povo que na sua rudeza o habita;
porque ao ler Torga nos ouvimos no seu grito de alma...
presto aqui uma singela homenagem a um dos mais maiores e mais genuinos poetas portugueses

Isabel Salema Morgado disse...

Teresa, Teresa, amiga Teresa. Evocaste o poeta. obrigada por o trazeres para aqui.Na realidade é uma honra.