Como o vírus da constipação desta vez não me varejou o cérebro, consegui ler proveitosamente mais de metade do livro O Regresso da Barbárie no tempo de intervalo entre o chá de limão com mel, as brincadeiras com os piratas e os mil e um jogos de computador com o outro paciente cá de casa, o mais novo.
A primeira impressão que a leitura me deixou (continuo a implicar com o título) foi de ter nas mãos um bom trabalho de síntese histórica escrito de forma simples, com um tom equilibrado na análise e por quase tudo o que lá é afirmado sobre o papel a considerar do poder das ideias. Aplico a fórmula "quase" porque há aí uma meia dúzia de parágrafos de afirmação de méritos, sustidos de forma acrítica, sobre toda a política externa dos EUA com os quais eu não posso estar de acordo. De resto é uma mais que interessante análise das ideias sobre a política externa da Europa desde 1905 , a partir de um ponto de vista continental. Na realidade eu julgo que estarmos sempre a ler autores anglo-saxónicos nos faz esquecer o pulsar intelectual do continente europeu, nomeadamente através da Alemanha e da França. Confesso que também não conheço outros autores. Culpa minha.
A autora insiste numa ideia que é deveras o pilar do futuro pensamento político também como eu o entendo: a política e a ética não deverão separar-se, pois quando isso acontece, não são os valores que desaparecem a favor de uma qualquer solução realista, é o ocupar do espaço pelas ideias dos fazedores inconsequentes e voláteis dos promitentes.
Assim que terminar de ler o livro de Delpech referenciarei aqui os temas e as ideias que sublinhei.
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