Adivinhar-lhes o futuro, mudar-lhes o futuro, saber o que deviam fazer no futuro, eis tarefas que sabemos todos desempenhar: se do futuro estivermos a falar sobre o futuro dos outros, pois sobre o nosso...
As cimeiras só valem num mundo ordenado segundo a ordem da soberania tal como Bodin a explicou. Mas... e quando esses soberanos já não representam a voz dos seus cidadãos, e já não asseguram a protecção e a defesa do seu povo, podemo-los ouvir realmente como unidades na diversidade, ou apenas como unidades mais agressivas e proeminentes entre outras tantas unidades? Quem estão eles a representar e em nome do quê? Se não representam os seus povos, se de qualquer forma manifestada livremente não soubermos que essa é a vontade dos seus povos, como considerá-los representantes do que quer que seja, a não ser por nossa vontade de querer encontrar uma ordem na diversidade, mesmo que seja esta a ordem?
E no entanto, a falar falar-se-ia com quem? Como interpelar e preocuparmo-nos directamente com os povos, relativizando os seus governantes? Como deixar de precisar de batedores dos carros oficiais que transportam suas eminências os representantes do seu povo? Como deixar de precisar de eminências num mundo plural e livre?
Talvez a resposta nos venha dos estudos sobre a formação e divulgação da opinião pública.Talvez venha daí uma proposta nova de entender a política. Eu não sei nada sobre esse futuro. Quem me dera poder alvitrar alguma coisita. Uma ideia pequena que fosse. Se desejando esse desejo ajudasse em alguma coisa...
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