sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Estados caseiros que se reflectem no mundo

"A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) acusa a presidência portuguesa da UE de ter comprometido a posição assumida pela anterior liderança europeia (da Alemanha) face a violações dos direitos humanos na Rússia.

No seu relatório relativo a 2007, ontem divulgado, a HRW lamenta que a questão dos direitos humanos não tenha lugar de destaque na agenda UE-Rússia." in JN

"A HRW sublinha que a realização de eleições não basta para definir um regime como democrático e que pretender o contrário significa desvalorizar os direitos humanos.
A organização documenta, aliás, vários tipos de manipulação de eleições que vão da fraude ao controlo do aparelho eleitoral, do bloqueio de candidatos à censura dos media. "Muitas destas tácticas são ilegais, mas raramente as potências chamam os governos a responder por elas", diz a HRW. "
Ao permitir a autocratas apresentarem-se como democratas, sem lhes exigir respeito dos direitos cívicos e políticos que dão sentido à democracia, os EUA, a União Europeia e outras democracias influentes arriscam-se a minar os direitos humanos em todo o mundo."
Segundo a HRW, os interesses económicos, comerciais e de segurança têm levado vários países a aceitar "um simulacro de democracia" em países como o Paquistão, o Quénia ou a Rússia. "Parece que Washington e os Governos europeus aceitam a eleição mais duvidosa desde que o "vencedor" seja um aliado estratégico ou comercial", critica o documento. c Mundo, 18 in Público


E no dia da Cimeira UE-Rússia citei aqui aqui no post "Diga, diga, Sr. Putin?" as palavras de alguém a quem a nossa presidência não quis ouvir ou dar importância. E são tantas essas experiências que é difícil continuar a olhar para o lado.

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