Os seres humanos a darem sentido ao tempo, agindo ou reagindo àquilo que a pessoa ou a pessoa dos outros faz nesse tempo.
Para que a acção individual seja entendida como força de intervenção efectiva as instituições terão que acordar entre si, reflectindo-a. É isso que as organizações nacionais devem fazer nos assuntos internos de cada país democrático, e as internacionais no que diz respeito às questões de relações entre países; surgindo até a hipótese de pela primeira vez, e no contexto de direito internacional, as organizações não nacionais poderem intervir em cada país em nome precisamente de princípios reconhecidos internacionalmente.
Quando se põem em causa esses princípios ficamos à mercê dos temperamentos dos nossos governantes, e estamos sujeitos às suas arbitrariedades mais ou menos legitimadas pelo voto. Mais, porque o voto tem força de legitimação inquestionável, menos porque essa legitimidade não é suficiente para suportar qualquer acção administrativa/política.
Deste lado pacífico do mundo, cinco anos da minha vida não equivalem a cinco anos da vida de uma iraquiana, um dia dos meus não equivale a um dia da vida de uma habitante do Darfur, ou do Quénia, ou da Coreia do Norte, ou do Tibete ou da Birmânia, e o mais que há. Aliás, nem uma hora das minhas equivale à hora de uma mulher que viva aqui mesmo ao meu lado e esteja em sofrimento por razões de ordem pública.
De reacção em reacção, perdemo-nos do sentido de intervenção democrática, começamos a reagir aos acontecimentos como os líderes: temperamentalmente, em círculos.
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